As palavras de António Borges, a noite passada na TVI, sobre a privatização da RTP caíram mal a João Almeida, do CDS. O parceiro do PSD no executivo considera que Borges extravasou as funções que tem de conselheiro do Governo para as privatizações.
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Depois de o semanário Sol ter avançado, a noite passada, que o Estado fará a concessão total do serviço público de televisão e rádio (RTP e RDP) a um operador privado, por um período de 15 a 25 anos, o economista e consultor do Governo António Borges disse, em entrevista à TVI, que esta possibilidade é um cenário «muito atraente», embora ressalvando que nada está ainda acordado sobre o futuro da empresa.
Para António Borges, esta proposta levaria o canal a «permanecer na propriedade do Estado», sendo a licença entregue a um privado, que teria de cumprir as «obrigações de serviço público», recebendo para tal um apoio estatal «bastante inferior» ao atual.
Estas declarações caíram mal a João Almeida do CDS-PP, que defendeu na SIC Notícias, que António Borges extravasou as suas funções de conselheiro do Governo para as privatizações.
«Qualquer solução para a RTP deve ser discutida de uma forma serena e deve ser, naturalmente, apresentada por quem tem responsabilidade para isso. Não foi nenhum caso (...) porque António Borges não é o responsável político por qualquer processo porque não é membro do Governo. Portanto não só não devia ter sido António Borges a dizer o que disse, como aquilo que disse não é a melhor forma de começar um processo de privatizações», afirmou.
«Não é a primeira vez que António Borges faz uma intervenção destas. Espero que como nas outras, o Governo ultrapasse as declarações de António Borges e reponha o processo no seu curso normal», acrescentou João Almeida.