A Câmara de Lisboa voltou hoje a receber as comemorações oficiais do 5 de Outubro. No primeiro discurso após a vitória das primárias do PS, António Costa defendeu a reposição de feriados e a descentralização como ferramenta da reforma do Estado.
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O presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, começou por afirmar que defende o restabelececimento dos feriados de 5 de outubro e 1 de dezembro.
«Esperamos que brevemente sejam restabelecidos os feriados do 5 de outubro e 1º de dezembro, mas mesmo antes que isso aconteça nunca deixaremos de comemorar estes momentos históricos», afirmou.
António Costa focou depois o discurso na descentralização, que considera ser a «pedra angular da Reforma do Estado». Em defesa da descentralização, o líder do PS deu como exemplo a descentralização feita em Lisboa, transferindo para as juntas de freguesia várias tarefas, incluindo a recolha do lixo, entre outras.
«Demonstrámos em Lisboa ser possível racionalizar a nossa organização administrativa, aproximando o poder das pessoas e dos problemas. Sem aumento de despesa foi possível concretizar um ambicioso programa de descentralização de recursos e competências do município para as freguesias». A reforma, sublinhou, libertou o município de tarefas que não podia desempenhar bem, «focando-se no que pode fazer melhor».
No final do discurso, Costa, que venceu as eleições primárias no PS há uma semana, apontou para o futuro, para a necessidade do restabelecimento da «confiança» e da afirmação da «esperança».
«As raízes do nosso municipalismo», afirmou, podem dar «a força de impulso reformista» num «tempo de dificuldades e descrença» para «construir um futuro melhor, mais digno, mais decente para todos os portugueses».
A cerimónia conta com a presença do primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, entre outras figuras do Estado e representantes dos diferentes partidos políticos.
As cerimónias da sessão solene das comemorações da implantação da República decorreram com normalidade e com apenas algumas dezenas de pessoas a assistir.
O presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, desceu a escadaria dos Paços do Concelho cerca das 11:15 para receber o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, que chegou uns minutos depois, e o Presidente da República, Cavaco Silva, que chegou pelas 11:30, cumprindo-se os horários previstos para a cerimónia.
O primeiro momento da cerimónia foi o tradicional hastear da bandeira nacional na varanda dos Paços do Concelho, pelas 11:35, onde há 104 anos foi proclamada a República, pelo chefe de Estado, Cavaco Silva, ao som do hino nacional, executado pela banda da Guarda Nacional Republicana.