António Costa responde a Portas lembrando que este não é tempo para provocações

António Costa
Steven Governo/Lusa
O líder do PS respondeu aos reptos lançados por Paulo Portas que alertou para os perigos da solidariedade com o Syriza.
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O secretário-geral do PS acusou esta segunda-feira o vice-primeiro-ministro de "brincar às provocações" ao procurar associar os socialistas portugueses ao Governo grego do Syriza, contrapondo que o atual momento "é sério" em Portugal e "não é para brincadeiras".
António Costa falava aos jornalistas após ter estado reunido com a Cáritas Diocesana, depois de o presidente do CDS-PP, Paulo Portas, ter defendido hoje, em Alcochete, que o Governo moveu-se pelo "interesse nacional" ao distanciar-se da Grécia, ao contrário do líder socialista, que teria deitado "fora os esforços dos portugueses" por "solidariedade ideológica".
"O PS nunca foi capaz de fazer uma revisão crítica sobre o que aconteceu em 2011 e por isso tem esta ambiguidade em relação à Grécia", disse Paulo Portas.
António Costa não gostou das palavras do vice-primeiro-ministro e reagiu: "Não se podem levar a sério as provocações e temos de nos concentrar nos problemas sérios. Se o senhor vice-primeiro-ministro, em vez de brincar às provocações, se preocupasse com as realidades e com os problemas sérios do país, - como o PS está a fazer neste diálogo com a Cáritas, ou como fez na semana passada no Vale da Amoreira -, talvez percebesse que o momento não é para brincadeiras".
Segundo António Costa, "muitas vezes Paulo Portas gosta de brincar e fez hoje uma provocação", mas o PS "não tem tempo para provocações", devendo antes "concentrar-se na resposta aos dramas efetivos das pessoas, que nos merecem todo o respeito".
"A crise portuguesa está para além da crise grega. Não vale a pena o Governo querer refugiar-se na Grécia para explicar o insucesso da sua política. Esta crise em Portugal que nos foi relatada pela Cáritas, com exemplos concretos da vida das pessoas, revela a dimensão do fracasso das políticas de austeridade conduzidas pelo Governo ao longo dos últimos quatro anos", disse.
A visita do secretário-geral do PS à Cáritas Diocesana destinou-se a preparar o debate do Estado da Nação, na quarta-feira, na Assembleia da República.