António Filipe garante que tudo fará para "evitar que a extrema-direita chegue ao poder"
Na corrida a Belém, António Filipe ressalva, contudo, que "formulações de branco e preto não favorecem as coisas e não dão a dimensão da sua complexidade"
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O candidato presidencial António Filipe assegurou esta quarta-feira que, se for eleito, tudo fará para evitar que a extrema-direita chegue ao poder, mas sempre respeitando o quadro constitucional em vigor.
"Eu já disse que, como Presidente da República, tudo faria, no quadro constitucional, para evitar que a extrema-direita chegasse ao poder, chegasse ao Governo em Portugal, fazendo-o no quadro constitucional", disse em Faro, numa visita ao Refúgio Aboim Ascensão, o candidato apoiado pelo Partido Comunista Português (PCP).
António Filipe insistiu que procuraria encontrar no quadro constitucional, tendo em conta os resultados de eleições legislativas, uma solução que afastasse a extrema-direita do exercício do poder.
"Não sendo possível evitá-lo, tendo em conta os resultados eleitorais, o Presidente da República tem outros instrumentos para intervir na vida política", disse o candidato, dando como exemplos "o seu exercício do pedido de fiscalização da Constitucional de diplomas e o seu exercício do direito de veto".
António Filipe também afirmou que, no limite, teria a possibilidade de dissolução da Assembleia da República e, mais no limite ainda, a possibilidade de demissão do Governo, caso fosse posto em causa o regular funcionamento das instituições democráticas.
"E, portanto, entendo que o Presidente da República tem estes poderes no quadro constitucional e deve exercê-los por forma a ser o garante último da democracia e do funcionamento das instituições democráticas e, portanto, é este o meu propósito", acrescentou.
Os jornalistas tinham questionado inicialmente o candidato sobre a declaração da candidata à Presidência da República Catarina Martins em como, com ela naquele cargo, "o Chega nunca será Governo".
"A pergunta que me faz é boa para títulos, ou seja, se eu disser que nunca darei posse ao Chega, o título é esse, [...], se eu disser que no limite teria de dar posse ao Chega, a decisão seria essa", sublinhando que "formulações de branco e preto não favorecem as coisas e não dão a dimensão da complexidade das coisas".
As eleições presidenciais estão marcadas para 18 de janeiro de 2026.