António Saraiva revela à TSF que vai ser candidato à presidência da Confederação Empresarial de Portugal para mais um mandato, até 2023.
Corpo do artigo
Esta segunda-feira mudam os estatutos da CIP. Muda a forma de escolha da direção, um órgão que passa a ser eleito de forma direta.
António Saraiva explica à TSF que os estatutos mudam porque "termina o acordo parasocial que tínhamos com a AIP e AEP que celebrámos há nove anos e exigia a alteração dos estatutos para os adaptar a esta nova realidade".
Isto permitirá que o presidente da Assembleia Geral passe a ser simultaneamente presidente do Conselho Geral e a direção "autonomiza-se" do Conselho Geral (deixa de ter delegação de competências deste órgão".
Por outro lado, a direção passa a ter "competências próprias" e como mudam as regras o presidente da direção pode "reiniciar um período de três mandatos, fica limitado a três mandatos", adianta o presidente da CIP.
António Saraiva confessa que, neste quadro, aceitou cumprir mais um mandato. "Aceitei, foi esse o pedido que me foi feito pela maioria dos associados que fizesse pelo menos mais um mandato de três anos o que farei a partir do final de março do próximo ano (2020), altura em que teremos a Assembleia eleitoral e aceitei fazer não os três mandatos que a nova configuração dos estatutos permitirá, mas um mandato de três anos, até 2023".
Para o presidente da CIP este "novo figurino serve para enfrentar os novos desafios que temos pela frente". Estes desafios vão "desde às alterações climáticas à transição para a sociedade digital, passando pela nova dimensão do futuro do trabalho, o combate que temos tido pela dignificação dos empresários e do reconhecimento do papel da iniciativa privada".
Acordo parasocial
Há nove anos a CIP passou a ser Confederação Empresarial de Portugal e através de um acordo parasocial juntou a Confederação Industrial Portuguesa, a Associação Industrial Portuguesa (AIP) a Associação Empresarial de Portugal (AEP) e a Associação Portuguesa da Industria Farmaceutica (APIFARMA). Estão a decorrer negociações para este acordo ser prolongado e daí esta mudança de estatutos.
temos que perseguir o caminho de concentração
António Saraiva defende mesmo a concentração empresarial como um dos desafios do associativismo moderno. "Há fusões de associações. Ainda recentemente no setor da construção assistimos a uma concentração que também houve na têxtil. O movimento associativo está coeso e esse é o desafio que temos pela frente: buscar uma maior coesão, temos ainda hoje um número enorme de associações e até de confederações, temos que perseguir o caminho de concentração para que de uma forma mais coesa possamos responder a estes enormes desafios que têm uma escala que extravasa a sociedade portuguesa e por isso, quanto mais unidos melhor", conclui.