António Vitorino «apanhado de surpresa» pela iniciativa de António Costa (vídeo)
António Vitorino, ouvido pelo programa "Estado da Nação", considera que «um congresso clarificaria, sem dúvida alguma, um tira-teimas». E confessa ter sido apanhado de surpresa pela disponibilidade de António Costa.
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Para António Vitorino, a «situação do PS mostra que havia uma questão quanto à liderança que não foi resolvida ( ...) o que esta situação hoje, no Partido Socialista, mostra, é que havia um problema. Havia uma questão, quanto à liderança, que não foi resolvida. E devo dizer que, portanto, fui apanhado de surpresa pela iniciativa do Dr. António Costa».
Ouvido no programa da TSF e do DN, "Estado da Nação", Vitorino admite que «sempre achei que a diferença entre o PS e a Aliança Portugal seriam quatro, cinco ponto, não mais do que isso, agora, nunca me passou pela cabeça que a fasquia fosse tão baixa, isto é, que a Aliança Portugal descesse abaixo dos 30%».
Para o antigo comissário europeu, «um congresso clarificaria, sem dúvida alguma, um tira-teimas. De todo o modo, neste momento, este é o tempo em que os protagonistas têm que falar e eu não quero entrar no coro de pressões. A mim, o que me preocupa mais, é o seguinte, deixe-me clarificar esta posição: se há alguém como o Dr. António Costa que tem a vontade, a ambição e acha que consegue fazer melhor do que o atual secretário-geral, pois, provocou uma clarificação. Agora a resposta, a bola, digamos assim, está no campo do secretário-geral».
Vitorino mostra compreensão com o papel desempenhado por Seguro: «Os resultados das eleições europeias não podem ser assacados ao secretário-geral. O secretário-geral António José Seguro fez o que lhe competia. Fez uma lista abrangente, uniu o partido, todo o partido esteve empenhado nesta eleição, é bom não o esquecer e, portanto, o resultado obtido é o resultado do partido no seu conjunto.
Questionado sobre o papel de quem critica, agora, o líder socialista, Vitorino lembra que «o Dr. António Costa também participou na campanha eleitoral para o Parlamento Europeu. Eu falo à vontade porque eu próprio fui mandatário da lista do Francisco Assis».
Vitorino considera ainda «que estamos perante uma situação inédita, não tem antecedente», até porque «a partir de agora, qualquer militante notável pode pensar "bem, não vou ligar nenhuma às eleições até determinado momento e depois, a dois, três meses, desafio politicamente quem estiver no poder no partido».