Apenas 18% das escolas tem resultados semelhantes nas notas internas e nos exames nacionais
Em média, alunos caem 4 valores (em 20) no exame nacional do secundário. Em 791 escolas avaliadas, Ministério deu prémio a 141 que conseguiram ter «coerência» nas duas médias.
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Saiba mais: Consulte aqui os rankings feitos pela TSF com base nos resultados fornecidos pelo Ministério da Educação - 1º ciclo; 2º e 3º ciclos e ensino secundário.
Apenas 18 por cento das escolas públicas tem notas nos exames nacionais semelhantes àquelas que os alunos conseguiram ao longo do ano lectivo.
O resultado está nos dados divulgados sobre a última época de exames. Pela primeira vez, o Ministério da Educação premiou as escolas públicas que têm maior «coerência» entre as médias dos exames e da Classificação Interna de Frequência. Em 791 escolas, apenas 141 (18%) ficaram acima dos critérios definidos pelo governo.
Números que surgem depois de em setembro o Conselho Nacional de Educação (CNE) ter acusado várias escolas (sem as identificar) de inflacionarem, sistematicamente, as notas dos alunos antes do exame nacional do secundário. O objectivo seria facilitar a entrada no ensino superior.
Os cálculos feitos pela TSF mostram que todas as escolas do país têm este ano uma média maior nas notas internas do que nas notas dos exames nacionais do secundário.
Há, no entanto, algumas escolas, privadas e públicas, que tendem a apresentar, nos últimos 3 anos, diferenças mais significativas que em certos casos rondam os 6 a 7 valores.
Na Matemática A, a disciplina com maior diferença, os alunos do público chegam, em média, ao fim do ano lectivo com uma nota interna de 13 valores, mas recebem apenas 7,7 no exame nacional. No privado a diferença é de 14,4 para 9,1.
Olhando para o global de todas as escolas do país, as diferenças desceram, no entanto, este ano, ficando próximas dos 4 valores (9,4 de média nos exames nacionais e 13,4 na Classificação Interna de Frequência).
Ao contrário do que disse em setembro o CNE, a presidente da Associação Nacional de Professores (ANP) não fala em inflacionamento das notas pelas escolas.
Paula Carqueja acredita que as diferenças entre as notas internas e externas dos alunos se devem, essencialmente, ao elevado grau de exigência dos exames nacionais que tendem a tratar todos os alunos por igual esquecendo as realidades locais que condicionam o sucesso.
Argumento que leva a líder da ANP a defender mesmo o fim dos exames nacionais no ensino secundário.