Acusação é da Liga de Bombeiros que garante que alertou o governo para o que se podia passar em outubro com as previsões de calor, seca e falta de chuva. Agora quer apurar responsabilidades.
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O presidente da Liga de Bombeiros Portugueses garante à TSF que os meios humanos e materiais (por exemplo aéreos) diminuíram pelo menos 80% desde que a 1 de outubro acabou a fase mais crítica definida pela Autoridade Nacional de Proteção Civil.
Jaime Marta Soares acrescenta que na altura fizeram um comunicado a alertar para os riscos de não manter o efetivo mais próximo da máxima força, mas ninguém ligou ao aviso.
O representante dos bombeiros fala numa "enorme irresponsabilidade sabendo-se que o tempo ia continuar quente e que hoje a florestal tem combustível muito mais inflamável que em agosto".
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A Liga de Bombeiros Portugueses ficou "estupefacta" com a decisão de cortar tantos meios em outubro e agora afirma que é preciso apurar responsabilidades e saber, nomeadamente, se a culpa foi da proteção civil nacional ou do Ministério da Administração Interna.
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A Liga diz que são os bombeiros que estão "a sentir na pele" o erro que foi diminuir os meios disponíveis para combater fogos, havendo muitos "estourados" por horas ou dias de combate, sem rendição possível devido à falta de operacionais disponíveis.
"O país", afirma Jaime Marta Soares, "está arder, os incendiários estão à solta" e "os responsáveis têm que prestar contas".
As críticas da Liga de Bombeiros seguem-se às dos presidentes das câmaras de Arganil e Pampilhosa da Serra que alertaram este domingo para a falta de meios em relação ao que existia no país até ao fim de setembro.
A TSF já contactou o Ministério da Administração Interna que remeteu esclarecimentos para a Autoridade Nacional de Proteção Civil.