Apitos, ruas cheias, ovos e murros - ANTRAL junta milhares em protesto contra a UBER
Contra o Governo e contra a Uber, a ANTRAL agendou para esta terça-feira um protesto de taxistas em Lisboa, Porto e Faro. Terão sido quatro mil os que saíram à rua.
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Centenas de carros nas ruas, muito barulho, cartazes contra a UBER, trânsito muito congestionado e alguns confrontos.
De uma forma simplista é o balanço do protesto dos taxistas (que ainda decorre), em três cidades, Lisboa, Porto e Faro, contra a plataforma digital. Contas feitas, pela Lusa, e juntando os três pontos de contestação, terão saído à rua qualquer coisa como quatro mil taxistas.
Em Lisboa a manifestação passou pelo aeroporto, onde a coluna de veículos engrossou significativamente. É lá que se têm verificado episódios de tensão entre táxistas e morotistas a prestarem serviço para a plataforma UBER. Do aeroporto de Lisboa, os taxistas seguiram ainda para o Instituto da Mobilidade e Transportes (IMT), que, segundo alguns taxistas, é um dos organismos responsáveis pela atual situação. Em Lisboa, o Serviço Rádio Táxis parou os serviços em solidariedade com o protesto.
Durante o percurso, e devido a alguns outros taxistas não se terem juntado ao protesto e terem continuado a trabalhar, verificaram-se agressões. Os manifestantes atiraram ovos contra os carros de quem trabalhava, o que acabou por culminar em confrontos. Durante essas agressões, também um fotojoranlista da agência Lusa foi agredido.
No Porto, a manifestação também teve impacto. Passou em frente à autarquia local e pelo aeroporto. Ao todo, segundo as contas da agência Lusa, perto de 800 taxistas terão participado no protesto.
Em declarações à TSF, esta manhã, a Associação Nacional de Transportadores Rodoviários em Automóveis Ligeiros (ANTRAL) disse que apesar de haver duas decisões dos tribunais que proibíram a aplicação de transportes Uber em Portugal, a empresa continua a operar. Florêncio Almeida, o presidente da Antral, acusou o Governo "de não fazer cumprir a lei que gere os serviços de transporte e as decisões dos tribunais". Explica que é por essa razão que o "setor vai manifestar-se. Para que a opinião pública fique a saber em que país vivemos".
A TSF procurou ouvir a Uber sobre este protesto e a empresa, em comunicado, afirmou que respeita "o direito que qualquer grupo tem de se manifestar desde que estas manifestações decorram de forma pacífica, em respeito pela ordem e tranquilidade públicas. Esperamos que a moderação e o bom senso prevaleçam".
A Uber argumentou que em Portugal "opera inteiramente de acordo com a legislação em vigor" e DIZ acreditar "que o diálogo e o entendimento mútuo com operadores no sector da mobilidade - incluíndo táxis - deve ser o caminho a seguir: estamos sempre abertos à discussão com todas as entidades públicas e privadas"
Na altura em que foi conhecido o resultado da providência cautelar interposta pela ANTRAL, a Uber defendeu que o alvo dessa iniciativa judicial foi um serviço, o Uber-Pop, que a empresa não presta em Portugal.