Combate à Covid. Autarca de Cascais acusa Governo de ver municípios como "parceiro menor"

Carlos Carreiras, presidente da Câmara Municipal de Cascais
André Luís Alves / Global Imagens
Presidente da Câmara de Cascais não se mostrou surpreendido com as afirmações da ministra Ana Abrunhosa.
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Depois de o Governo dizer que não tem condições para pagar os 156 milhões de euros reivindicados pelos municípios como despesa no combate à Covid-19, Carlos Carreiras, presidente da Câmara de Cascais, afirmou que só demonstra que o Executivo não tem contas certas. Em plena pandemia, segundo um relatório do Tribunal de Contas, Cascais foi a autarquia que mais gastou no combate à Covid-19.
No entanto, o autarca não se mostrou surpreendido. Já esperava esta atitude por parte do Governo que, na sua opinião, vê os municípios como um parceiro menos.
"Essa situação apanhou todo o país desprevenido, nem sequer as reservas estratégicas de material de proteção individual existiam, portanto foram as autarquias que tiveram de se chegar à frente. Numa altura em que o Governo tem lucros excessivos e quer taxar as empresas com lucros excessivos, não encontra mecanismos para poder apoiar em parte. Não se compreende, mas infelizmente já é uma normalidade no que temos assistido por parte do Governo, a considerar os próprios autarcas e autarquias como um parceiro menor na gestão", afirmou à TSF Carlos Carreiras.
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O autarca de Cascais estima que, durante a pandemia, gastou cerca de 25 milhões de euros.
"Houve investimento em património, ou seja, isso não é propriamente um gasto, está nos ativos da Câmara Municipal de Cascais, e houve também investimento que depois foi distribuído por outras autarquias da Área Metropolitana de Lisboa. Penso que, com estas correções, andaremos na ordem dos 25 milhões de euros. Sobre a Covid-19 ainda hoje continuamos a assumir despesas, nomeadamente na questão das vacinas, em que ainda continua a ser a Câmara a pagar a enfermeiros para conseguirmos ter a população vacinada a tempo. Se estivéssemos à espera que fosse o próprio Serviço Nacional de Saúde a disponibilizar os enfermeiros tínhamos uma percentagem muitíssimo menos de população vacinada", acrescentou o presidente da Câmara de Cascais.
Um total de 156 milhões de euros é reivindicado pelos municípios ao Governo como o total de gastos que tiveram no combate à Covid-19, segundo uma avaliação do Tribunal de Contas, uma verba que não consta do Orçamento do Estado para 2023 (OE2023), como esperavam.
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