Apoio às famílias face à inflação. Ideal seria "concertar medidas a nível europeu"
Marcelo Rebelo de Sousa defende que os pacotes de medidas para enfrentar a inflação deviam ser ser "trabalhados em conjunto" pelos vários países.
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Marcelo Rebelo de Sousa diz que faltam esclarecer várias dúvidas sobre o plano do Governo para enfrentar a inflação.
"Temos de acompanhar com muita atenção o que vai acontecer na evolução dos preços, da inflação, e do que isso se projeta nas vidas das pessoas", alertou o Presidente da República em declarações aos jornalistas esta manhã, à margem da 7.ª edição das Conferências do Estoril sobre os atuais desafios globais.
Marcelo levanta três questões que considera essenciais. A primeira, como via evoluir a inflação: "Vai manter-se a subir, desce ligeiramente (como os últimos números parecem apontar), desce mais a partir do ano e da perspetiva de o conflito não ser muito duradouro?", questiona.
"Até lá, as famílias, as pessoas, as empresas sofrem", lamenta. Por isso é preciso saber que pacote de medidas será adotado para "enfrentar essa situação nos próximos meses" e quando: já em setembro ou antes do Orçamento de Estado para 2023?
"Há medidas que são muito urgentes e outras medidas que têm de ser previstas mais para o futuro, no ano que vem", considera.
Por último - como é que a Europa vai "trabalhar em conjunto" essas medidas? "Neste momento em todos os países tem de ponderar um conjunto de medidas" e "o ideal era que fosse concertado a nível europeu", defende o Presidente.
Questionado sobre a decisão de Espanha de descer o IVA do gás de 21% para 5% a partir de outubro, Marcelo Rebelo de Sousa defende que os apoios dos governos "devem cobrir todos os domínios em que isso é possível, na medida das necessidades de cada país".
Sobre o pacote de medidas de apoio ao rendimento das famílias face à inflação que será aprovado esta segunda-feira, refere apenas que "é uma decisão do Governo".
No debate do estado da nação, António Costa tinha anunciado que em setembro o Governo iria adotar um novo pacote de medidas para apoiar o rendimento das famílias e a atividade das empresas face aos efeitos da inflação. Esta semana anunciou que será aprovado em Conselho de Ministros extraordinário esta segunda-feira.