Luís Montenegro defende que, além do apoio de 240 euros, o governo também deveria de reduzir o IRS para a classe média.
Corpo do artigo
O presidente do PSD, Luís Montenegro, expressou satisfação pelo apoio extraordinário de 240 euros anunciado pelo governo para as famílias carenciadas, mas lembra que a "ideia inicial foi do PSD". Montenegro defende que o governo deveria também ajudar a classe média "a gerir melhor as dificuldades".
"Fico satisfeito por ele se inspirar na ideia que era a ideia inicial do PSD, mas já agora que ele se inspira nisso, para além desta ajuda, era bom que ele também acolhesse a nossa proposta para diminuir a carga fiscal, o IRS, para a classe média", vincou o presidente do PSD, especificando "nomeadamente para o quarto, quinta e sexto escalão do IRS, que são pessoas que têm um rendimento ligeiramente acima deste e que têm um encargo fiscal muito elevado".
Montenegro entende que ainda "é possível agir desse lado, dando também a essas famílias, a oportunidade de poderem gerir melhor as dificuldades que enfrentam, com as mesmas dificuldades que advêm de um custo de vida que está todos os dias a crescer e que agora é agudizado com as taxas de juros".
Luís Montenegro comentava o anúncio feito pelo primeiro-ministro, numa entrevista à revista Visão, em que o chefe do governo reiterou ainda a sua determinação para permanecer "quatro anos" cargo que ocupa, dizendo que essa é uma ideia com a qual os portugueses se devem habituar.
Para o presidente do PSD, "a circunstância do primeiro-ministro ter necessidade de enfatizar tanto que vai ficar quatro anos a governar já diz muito".
"Então, o senhor primeiro-ministro, por que razão é que não haveria de ficar quatro anos? Ele obteve uma maioria absoluta, tem estabilidade governativa, tem todas as condições para executar o seu programa, era o que mais faltava que ele se quisesse eximir essa responsabilidade. Essa é uma responsabilidade dele, não sei porque é que ele tem que fazer esse reforço", afirmou.
Luís Montenegro falava em Bruxelas, à margem da cimeira do PPD, que tradicionalmente recebe as cimeiras europeias, tendo sido questionado sobre o caso de suspeitas de corrupção que envolve a eurodeputada do partido socialista grego, PSOK, Eva Kaili.
"O PPE [a família política europeia a que pertence os PSD] está empenhadíssimo em poder ter o reforço de transparência nas instituições europeias, cuja credibilidade é fortemente afetada com este episódio à volta de uma vice presidente socialista do Parlamento Europeu", afirmou.
"Isto é de facto uma machadada enorme na credibilidade das instituições europeias, [que] merece ser investigada até às últimas consequências e eu quero aqui registar com satisfação a posição firme da presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, em cujo conteúdo de intervenção me revejo completamente", vincou Luís Montenegro.