Após esta crise, "Portugal não estará em condições de voltar a socorrer a banca"
"O papel da banca é fundamental", mas é preciso ter cuidado. O presidente do PS sublinha que depois da crise devido ao novo coronavírus, Portugal não pode voltar a salvar bancos.
Corpo do artigo
Carlos César alerta que "todo o cuidado é pouco" quando se fala da banca. Perante a crise de saúde e económica que se vive em Portugal, o presidente do PS lembra que o país "precisa da banca para ajudar" e "não voltar a ter de ajudar o setor financeiro".
"Portugal não estará em condições de voltar a socorrer, além da saúde e da economia, simultaneamente a banca, como aconteceu no passado", realça Carlos César durante o programa da TSF Almoços Grátis.
O socialista esclarece que, "no contexto atual e de recuperação", "o papel da banca é fundamental e central", mas sublinha que este "deve estar associado à capacidade que União Europeia venha a revelar para apoio aos setores financeiros que dão assistência nos países".
Carlos César insiste que é preciso uma "convocação da banca, solidária, sem ser suicidária" para que seja feito o socorro das empresas e famílias, tanto na situação atual, como no futuro, quando for preciso recuperar a economia. "O pior será se somarmos à crise sanitária e económica uma crise do setor financeiro", reitera.
David Justino lembra as declarações de Rui Rio, quando disse que seria "uma vergonha" se bancos lucrassem com este momento crítico, mas garantiu que "não se dizem estas coisas por "dá cá aquela palha"".
12020116
"Se Rui Rio teve a oportunidade de ser enfático na forma como se dirigiu ao problema de algumas operações bancárias, é porque tínhamos conhecimento do que estava a ser feito por alguns bancos", acrescentou, enaltecendo que no pacote de medidas apresentado pelo PSD é pedido "ponderação" e que "não se vá aproveitar a necessidade de recurso ao crédito para obter resultados acima do aceitável".
O vice-presidente do PSD acredita que estas declarações ajudaram os "dirigentes da banca a acalmar um bocadinho relativamente a isso". Porém, considera, "medidas que Governo adotou não são suficientes". "Não se podem cobrar juros sobre juros, ter taxas finais (TAEG) superiores a 3% como já estava a acontecer, quando na verdade a banca se financia a taxas relativamente baixas e tem uma margem muito grande, temos de ajustar margem à situação que estamos a viver", explica.
David Justino assegura que "ninguém quer prejudicar a banca", mas lucros são "perfeitamente lícitos", o aviso foi, diz, para os "lucros avultados".
* programa Almoços Grátis moderado por Anselmo Crespo