O diretor artístico da Seiva Trupe elogia, na TSF, a capacidade da companhia para "resistir" às dificuldades.
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O ano de 2023 "começou em grande desespero" para a companhia de teatro Seiva Trupe, que teve de suspender a produção durante vários meses, tendo sido quase obrigada a fechar as portas por falta de meios financeiros, após ter sido excluída dos apoios da DGARTES para o quadriénio 2023/2026.
O diretor artístico da Seiva Trupe, Jorge Castro Guedes, afirma, em declarações à TSF, que a companhia resistiu, mas ressalva que este foi um dos anos mais difíceis de sempre.
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"Em 2023 foi quando veio uma faca por cima da Seiva Trupe e a única coisa que conseguimos fazer, foi o "Temos Mãe, Temos Maria", que foi um espetáculo que foi inteiramente pago para as JMJ e apoiada também pelo Cabido Portucalense e pela Santa Casa da Misericórdia do Porto", conta, acrescentando, no entanto, que, no final do ano, ainda houve tempo para uma "surpresa agradável do Teatro Nacional de São João".
Jorge Castro Guedes explica que a companhia foi convidada para "uma coprodução, que foi um espetáculo de abertura, no em dia em que a Seiva Trupe fez 50 anos".
O diretor artístico olha assim para 2024 com "algumas expectativas", uma vez que existem sinais positivos, nomeadamente com vários projetos em curso.
"Tomámos uma série de medidas para garantir aquilo que era essencial na Seiva Trupe, que tem de pagar rendas, embora o Perpétuo tenha sido extraordinário na suspensão da renda, e, em 2024, o ano começa um bocadinho melhor, com algumas expectativas. Embora não tenhamos uma estrutura - a própria direção não recebe desde junho de 2023 -, mas tivemos um subsídio resultante de uma iniciativa da Comissão das Comemorações dos 50 anos do 25 de Abril e da DGARTES, que nos permitiu alcançar uma pontuação bastante elevada", afirma.
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A Companhia de Teatro Seiva Trupe aponta por isso que este financiamento vai permitir estrear, no início de 2024, a peça "Noite de Solidão do Capim", sendo que a instituição concorreu ainda a outro projeto anual da DGARTES, "com textos sobre o padre Himalaia, uma figura muito interessante, um protoecologista".
"Vamos ver o que acontece", atira, acrescentando que o ministro da Cultura fez também um convite à companhia para criar um espetáculo, "numa carta muito encomiástica sobre a Seiva, sobre o seu trabalho e o serviço público prestado ao longo destes anos todos".
"Este espetáculo não é um projeto de candidatura, não vai ser sujeito ao escrutínio de um júri. Vai apenas ser visto pelo senhor ministro para ver se está de acordo com os itens que foram levantados, e vai ser despachado, e são despachados um a um, e pensamos ainda apresentá-lo esta semana", revela.
Jorge Castro Guedes sublinha que após o "grande desespero" dos primeiros meses, veio a "capacidade de resistir". Apesar de ainda "não ser possível" garantir uma estrutura para a companhia em 2024, para o "biénio 2025-2026, para o qual deve haver novamente concurso, a Seiva trupe estará numa boa posição da pole position de partida".