Governo disponibiliza mais de dois milhões e 300 mil euros para a reabilitação de 52 habitações que arderam no incêndio. O autarca de Monchique receia que metade nem tão cedo possa ver luz verde para avançar
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Já lá vão mais de quatro meses depois do incêndio de Monchique mas só agora foi assinado o protocolo para avançar a reabilitação das casas. São 52 situações sinalizadas que precisam de reconstrução e que afetam 95 pessoas privadas de condições mínimas de habitabilidade.
A secretária de Estado da Habitação não se compromete com prazos concretos para estar tudo terminado mas deseja que os casos mais simples estejam prontos dentro de dois meses. "As situações com licenciamento e obras mais profundas demorarão mais tempo mas queremos que estejam concluídas em 2019", admite Ana Pinho.
Essas licenças vêm de muitas entidades e geralmente o que está construído no meio da serra barra com os pareceres de alguns organismos ligados ao ambiente, nomeadamente o Instituto de Conservação da Natureza e Florestas.
O presidente da Câmara Municipal de Monchique vê essa situação com apreensão. "Os meus receios são que isto seja muita conversa e pouca ação", lamenta. "Em Monchique temos vários processos de reconstrução de casas e os pareceres são sempre negativos", recorda o autarca.
Rui André estima que, se o crivo continuar igual, metade destas 52 casas não possam ser reconstruídas. Célia Ramos a secretária de Estado do Ordenamento do Território e Conservação da Natureza adianta que a legislação está prestes a ser alterada e que em Monchique cada situação vai ser vista caso a caso, no entanto defende que as pessoas não devem viver no meio da floresta.
O Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana vai disponibilizar mais de 2 milhões e 300 mil euros para a recuperação das casas em Monchique. Para as famílias mais carenciadas esse apoio vai ser a fundo perdido.