Após um ano de Pizarro, sindicato dos enfermeiros vê "todos os problemas por resolver"
Guadalupe Simões diz que o ministro da Saúde não concretizou "nenhum" dos vários compromissos que assumiu quando chegou ao cargo e desafia governante e Governo a mostrarem apostar no Serviço Nacional de Saúde.
Corpo do artigo
Quando se assinala precisamente um ano da tomada de posse de Manuel Pizarro como ministro da Saúde, o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses diz que o governante tem "protelado imensos compromissos" assumidos publicamente e lamenta que todos os problemas da classe continuem "por resolver".
Em declarações à TSF, Guadalupe Simões, dirigente do SEP, assinala que "no que diz respeito à resolução dos problemas", apesar da publicação do decreto-lei que "permitiu a contabilização de pontos aos enfermeiros com contrato individual de trabalho" e de, em novembro do ano passado, o ministro ter assumido "o compromisso de resolver várias situações de injustiça relativa" trazidas pelo diploma, "a verdade é que, passados 12 ou 11 meses, todos os problemas continuam por resolver".
TSF\audio\2023\09\noticias\10\08_guadalupe_simoes_protelar
"Dos variadíssimos compromissos que foram feitos, nenhum deles até ao momento se concretizou", garante Guadalupe Simões, que aponta também a falta de obra no Serviço Nacional de Saúde (SNS), "que deveria ser a aposta do Ministério da Saúde e do Governo, principalmente depois de ter sido publicada uma lei de bases da saúde que confirma o SNS como o pilar da oferta de cuidados de saúde em Portugal".
Apesar de o Governo assumir o SNS como uma prioridade, o SEP diz não ver nas suas ações um sinal disso e desafia executivo e ministro a assumir "de forma muito clara perante os portugueses" que o sistema pública é uma "aposta", desenvolvendo "medidas e políticas discutidas com os parceiros, neste caso com os sindicatos".
TSF\audio\2023\09\noticias\10\09_guadalupe_simoes_e_preciso_mais
Os enfermeiros querem que sejam construídas alterações que permitam "um aprofundamento do SNS e quase que a sua reabilitação" e avisam que, caso contrário, "o PS, o Ministério da Saúde e o Governo vão ter de explicar aos portugueses porque é que as medidas políticas e as suas decisões ficam muito aquém daquilo das necessidades do SNS".
Há um ano, a 10 de setembro de 2022, Manuel Pizarro tomava posse como ministro da Saúde, sucedendo no cargo a Marta Temido e, à saída da cerimónia, disse receber "este desafio muito exigente com muita determinação e com muita vontade de trabalhar em prol da saúde dos portugueses e em prol do SNS".