Aprovação de co-adoção «transforma mentalidades» em Portugal, diz Miguel Vale de Almeida
Este ex-deputado independente do PS e ativista dos direitos dos homossexuais explicou que a aprovação da co-adoção de crianças por casais do mesmo sexo foi possível graças a transformação nas atitudes do PSD e PCP.
Corpo do artigo
O ativista Miguel Vale de Almeida considerou que a votação que permitiu a co-adoção de crianças por casais do mesmo sexo «significa uma transformação na sociedade portuguesa».
Para este ex-deputado independente do PS, esta votação «transforma as mentalidades» e «abrange setores tradicionalmente mais conservadores, como o PSD» e uma «transformação de atitude no PCP em relação a algumas matérias».
«Creio que isso significa o alastramento do que exigiam: o debate, o esclarecimento, mas sobretudo o reconhecimento de questões fundamentais de Direitos Humanos, sobretudo quando dizem respeito ao bem-estar das crianças», acrescentou este ativista dos direitos dos homossexuais.
Por seu lado, Jorge, que até agora era o único pai de Miguel, diz que sente uma «grande felicidade» ao «constatar que os sonhos pelos quais lutamos são atingidos» e que a partir de agora será possível ter uma «família plena».
«Vamos ser dois pais e um filho. Dois pais que podem usufruir os seus direitos e um filho que também poderá usufruir dos seus direitos. É uma felicidade porque é uma nova etapa da nossa sociedade», frisou.
Jorge lembrou ainda o apoio que recebeu de amigos e de alguns colegas de trabalho que não falavam sobre este assunto consigo e que com esta aprovação o fizeram «com um sorriso aberto».
Há «aquela constatação de que quando há leis parece que já se pode falar e que quando não é lei não fala e é tabu», concluiu.