Um dos autores da lei que está em vigor desde 1999 sugere ao Parlamento que pegue nas propostas que foram feitas nos últimos anos e adeque a lei aos novos tempos. Numa entrevista à TSF, Alberto Arons de Carvalho fala do papel do Estado na comunicação social.
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Alberto Arons de Carvalho foi um dos autores da lei de imprensa que está em vigor há 25 anos, além de secretário de Estado para a comunicação social nos governos de António Guterres, e mais tarde, deputado do Partido Socialista e vice-presidente do conselho diretivo da Entidade Reguladora da Comunicação Social (ERC).
Foi no governo, em 1999, que foi autor da proposta que viria a resultar na Lei de Imprensa que continua em vigor.
25 anos depois, ouvido pela TSF, sugere aos deputados que peguem nas propostas de alteração que estão no Parlamento, feitas pela ERC e pelo Sindicato dos Jornalistas, e reformem a lei, desde logo, pela valorização das publicações e outros órgãos de comunicação que empreguem jornalistas.
Na semana do V Congresso dos Jornalistas, Alberto Arons de Carvalho diz que o papel do Estado é muito relevante, na comunicação social, quer pelo assegurar de um serviço publico, quer através de incentivos.
O antigo governante, questionado pela TSF sobre o cenário de uma concessão do serviço publico de comunicação social a privados, diz que há soluções melhores.
E espera que não prevaleçam soluções mais liberais, assentes exclusivamente nas leis do mercado, porque deixar fechar um jornal não é igual a fechar outras empresas de outro sector, por colocar em causa o pluralismo.
Arons de Carvalho é também cético quanto a soluções estatizantes, além da detenção pelo Estado de serviços de televisão de rádio, à semelhança do que acontece em toda a Europa.
Resta a tal solução do mecanismo de incentivos, que de forma transversal, apoie a comunicação social, e especialmente, os órgãos que empregam jornalistas.