Agosto de 2019 tinha ficado como a última data para o início do plano. Agora, passou para o fim deste ano.
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No passado mês de fevereiro, tudo parecia estar a entrar nos carris quando Pedro Marques, o ex-ministro das infraestruturas, apadrinhou a assinatura de contratos para começarem as obras que faltam na linha. Mas não começaram.
O operador turístico responsável pela execução dos trabalhos não deu andamento aos mesmos e agora a Agência de Desenvolvimento do Vale do Tua, composta por cinco municípios vai chamar a si a responsabilidade de pôr a linha funcional desde a Brunheda até Mirandela.
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"Uma autêntica novela mexicana que não se desenrola há mais de dez anos", diz Daniel Conde fundador do movimento cívico da Linha do Tua que acrescenta não haver explicação plausível para este novo adiamento quando estava tudo contratualizado. "Está definido de forma bastante clara que quem financia é a Agência do Vale do Tua e a EDP e quem executa é a Douro Azul, neste caso a Mystic Tua, portanto não faz qualquer sentido um novo adiamento".
Isso foi o que ficou assinado no passado mês de fevereiro, mas o operador turístico Mário Ferreira, segundo declarações ao Jornal de Notícias, decidiu que não fazia mais obras, depois da CCDRN (Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região Norte) lhe ter instaurado um processo por causa da construção de um muro na Brunheda, local central de toda a mobilidade prevista, barco, comboio turístico e comboio de mobilidade quotidiana. Supostamente este muro não estará conforme as regras exigidas na região demarcada.
"Julgo que terá a ver com isso", salienta José Paredes presidente da Câmara de Alijó e da Agência de Desenvolvimento do Vale do Tua que vai chamar a si a responsabilidade da execução das obras. "O operador mostrou algum receio em continuar com as obras no terreno porque isto mexe com privados e há de ter que haver alguma invasão dos terrenos privados e também é verdade que a agência, formada pelos municípios e estando estes muito próximos das pessoas, existe outra facilidade em tratar com as pessoas".
O presidente acredita agora que depois das formalidades, lá para o fim deste ano, tudo estará sobre carris. Quem não está muito feliz com estes atrasos é a presidente da Câmara de Mirandela que teve de suspender o funcionamento do metro entre Carvalhais e o Cachão por causa das obras. Júlia Rodrigues salienta que "se soubesse que os trabalhos não começavam logo em fevereiro nunca tinha suspendido o metro", apesar da necessidade de restauro urgente das carruagens e reafirma " que este impasse é grave".
Quem depois de todos os anúncios de arranques e atrasos sucessivos não tem grande esperança de que os comboios voltem à linha são as pessoas das aldeias que eram servidas por este meio de transporte. "É só promessas e de promessas está o inferno cheio." E o povo cansado. Resta acreditar que as obras serão feitas e que os comboios e o barco cumprirão o estabelecido plano de mobilidade do vale do Tua a partir do fim do ano.