"Arribas? Nem pensar nisso." Câmara de Albufeira anda em campanha pelas praias
A autarquia anda pelas praias a alertar para o perigo da queda de rochas das falésias.
Corpo do artigo
O dia está quente, por isso a equipa do Serviço Municipal de Proteção Civil de Albufeira começa cedo a percorrer o areal na praia da Rocha Baixinha. Até 7 de setembro a autarquia desenvolve a campanha "Arribas! Proteja-se a si e aos outros - evite o acidente".
Um membro da equipa fala com um banhista e entrega-lhe um folheto."Nunca procurar uma sombra da arriba", adverte Óscar Encarnação. É um dos técnicos que entrega folhetos bilíngues (em português e inglês) para sensibilizar os banhistas e lembrar-lhes o perigo que podem correr se se colocarem debaixo das falésias.
TSF\audio\2023\07\noticias\24\maria_augusta_casaca_campanha_arribas_08h00
Na memória do concelho de Albufeira ainda permanece bem viva a memória do acidente ocorrido na Praia Maria Luísa em 2009, quando 5 pessoas morreram devido a uma derrocada de uma falésia.
Na praia da Rocha Baixinha (conhecida por Praia dos Tomates) há um aviso à entrada da praia, mas o concessionário garante que os turistas pouco ligam "É onde está a sombra, é onde eles se sentam e são os lugares mais perigosos", conta. Explica que tenta alertá-los para o que pode acontecer, mas as pessoas insistem. "É como os passantes, que caminham pelas trilhas e que nós alertamos para ter cuidado porque escorregam", afirma. Esse é outro dos perigos, e já têm acontecido acidentes.
Mas a coordenadora do Serviço Municipal de Proteção Civil de Albufeira acredita que, com as ações que são levadas a cabo ano após ano, a mensagem já está a ser assimilada pelos turistas. "Na sua perceção de risco, as pessoas já têm esta consciência", afirma Leonor Teixeira. Mais preocupante, segundo a técnica, é assistir-se ao facto de ver pessoas a passearem ou a tirar fotografias, colocando-se no topo das arribas. "Já é também um trabalho que estamos a fazer, a alertar as pessoas", assegura.
André Cárceres está com a mulher e dois filhos pequenos ao pé debaixo de um chapéu de sol e garante que nunca tem esses comportamentos de risco. "É bastante perigoso e até tenho conhecidos que já tiveram problemas com arribas", conta. José Machado, que veio de Portalegre, também não arrisca. "Não vê onde eu estou? É sempre em cima do mar, há 40 anos que venho para o Algarve e é sempre assim, arribas nem pensar nisso!", assegura.