Arroios recebe a 17.ª edição do Festival Todos, a festa que "quer mostrar que os imigrantes são bem-vindos"
Durante três dias, o Festival Todos traz até ao bairro de Arroios, dezenas de iniciativas, protagonizadas por artistas de diferentes nacionalidades. O objetivo é promover o convívio entre culturas
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O Festival Todos está de regresso à freguesia de Arroios, em Lisboa. Com quase 40 iniciativas e a participação de mais de 500 artistas, o evento pretende "sensibilizar a população para a importância da relação e do convívio intercultural" e mostrar que os "imigrantes são bem-vindos".
O projeto, organizado pela Câmara Municipal de Lisboa e pela Academia de Produtores Culturais, vai já na 17.ª edição. Miguel Abreu, diretor do festival, sublinha, em declarações à TSF, que a programação vai contar com artistas de arte contemporânea de "diferentes linguagens".
Acreditamos que é também através do olhar dos artistas que se descobre, muitas vezes, os lados invisíveis das realidades dos bairros onde vivemos, onde muitas vezes há problemas da relação intercultural, como racismo, xenofobia.
O programa conta com projetos de teatro e música comunitários, mas também espetáculos com artistas nacionais e internacionais. Miguel Abreu destaca a Grande Marcha do Todos, marcada para domingo, que reúne artistas de várias associações artísticas e culturais. Começa na Praça José Fontana e termina no Campo Mártires da Pátria. "É uma grande marcha festiva, uma marcha espetáculo, com muita música, muita dança, com teatro, com circo", detalha.
O diretor do festival aponta também, como momentos marcantes, o espetáculo de circo aéreo, que vai ser apresentado no Panótico, no pavilhão de segurança do antigo hospital psiquiátrico Miguel Bombarda, no sábado, dia 13, às 12h30 e às 17h30. Para esta sexta-feira (dia 12 de setembro), está programada a estreia da peça "Viemos roubar os vossos maridos", que vai estrear às 21h30, no auditório do Liceu Camões.
"É uma peça de uma encenadora brasileira, Maria Júlia, com atrizes brasileiras, que dissecam um pouco, de uma forma satírica e, ao mesmo tempo, política, o caso das mães de Bragança e os preconceitos das mulheres portuguesas em relação às mulheres brasileiras e vice-versa", explica Miguel Abreu.
Lucélia Santos, a eterna "escreva Isaura", ativista na Defesa dos Direitos da Amazónia, vai também participar numa conferência no Liceu Camões, no sábado (dia 13 de setembro) às 17h00. E, no domingo (dia 14 de setembro), acontece o espetáculo TOCAS, "uma performance musical sem palavras, portanto, acessível a qualquer pessoa de qualquer nacionalidade e que através da música aborda o direito à habitação". É a única iniciativa com entrada paga.
O Festival Todos chega a Arroios esta sexta-feira e decorre até domingo. A entrada é livre.