A freguesia ribeirinha de Ortiga, no concelho de Mação, é um destino gastronómico durante a época de desova da lampreia. O ciclóstomo é servido em arroz, confecionado com uma particularidade que o torna muito saboroso.
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A lampreia, entre janeiro e abril, é rainha na mesa de muitos restaurantes localizados nas margens dos rios mais procurados pelo ciclóstomo na época da desova.
Do Minho ao Tejo, do Mondego ao Guadiana, há locais que granjearam justificada fama na confeção de um pitéu que não admite o meio termo: ou se gosta ou se detesta!
Na região de Mação, um concelho martirizado pelos fogos a lampreia tem tradição. Três AAA - bons ares, boas águas e bom azeite - caracterizam o que de melhor por ali há. Ortiga, freguesia à beira Tejo, povoação antiga, com história que remonta aos tempo da ocupação romana, não e exceção.
Era território de codornizes, ortygus em grego, vocábulo adaptado para ortigana pelos mouros. Com a chegada dos cristãos, a palavra perdeu a última sílaba, dando forma ao topónimo atual.
Ortiga, onde restam pescadores, que ainda vão dando alguma animação ao rio Tejo, é um destino para saborear o tradicional - e famoso - arroz de lampreia à moda de Mação, confecionado de uma forma única: em separado, mas com o sangue da lampreia. É servido à parte do ciclóstomo, e daí o sabor algo especial.
Para provar tal pitéu, basta seguir na estrada da barragem de Belver, na direção do parque de campismo e da praia fluvial. Num cotovelo da estrada, onde já funcionou estabelecimento similar, está hoje o restaurante O Bigodes, meta desta incursão.
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Casa de piso térreo, caiada, com duas rodas de carro, incrustadas na parede, a fazerem-se notar e dar uma nota rústica, comum ao espaço interior, onde a pedra e a madeira são elementos preponderantes. Um arco completo divide a sala, com pouca luz e decoração de restaurante típico, com garrafas alinhadas em plano superior, que suscitam atenção, desviada pelo pratinho com presunto da região que chegou à mesa, com toalha em pano coberta com papel.
A lampreia, nos primeiros meses do ano, é a estrela da ementa, mas do rio vêm igualmente a fataça e o lúcio. As enguias são outro pitéu muito apreciado.
Os maranhos, um prato típico do Pinhal Interior; vitela no forno; bochechas de porco; cabrito à padeiro; os pratos de caça - coelho bravo e perdiz - são algumas das propostas que podem surgir na lista.
Para sobremesa, uma tigelada, doce tradicional da região.
Garrafeira suficiente. Serviço simpático. Restaurante O Bigodes, em Ortiga, Mação.
Localização: Ortiga (Mação)
Telef.: 241 571 230 ; 964 677 705