Autoridade europeia diz que incerteza é grande e apresenta exemplos de algumas grandes dúvidas sobre as fontes de infeção, os fatores de risco ou as formas de transmissão.
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O Centro Europeu de Controlo de Doenças (ECDC) admite que há um grande nível de incerteza sobre o novo coronavírus, com informações epidemiológicas e clínicas que ainda são limitadas ou mesmo inexistentes.
No ponto da situação divulgado esta sexta-feira a autoridade responsável por acompanhar as ameaças à saúde humana na União Europeia faz uma série de recomendações, mas admite que há muitas dúvidas a que não consegue ainda responder.
O ECDC aponta oito exemplos a começar pelas fontes de infeção da doença, os fatores de risco de infeção e os fatores que tendem a fazer com que a doença tenha um impacto mais forte sobre algumas pessoas do que noutras.
Há ainda incertezas sobre a forma e facilidade com que o vírus se transmite de pessoa para pessoa, bem como sobre os modos de transmissão.
Nas medidas preventivas, que têm sido muito divulgadas e implementadas por autoridades de saúde na China e em todo o Mundo, a autoridade europeia também admite que não é possível conhecer a efetividade dessas medidas.
Finalmente, a apresentação clínica e evolução dos casos é outra incógnita.
Há ou não transmissão sem sintomas?
Aquilo que é certo, segundo o ECDC, é que o número de casos e mortes por coronavírus está em crescendo, em especial na China onde o centro chinês de controlo de doenças espera ainda mais casos e mortes, alertando que a doença exige medidas de controlo da transmissão sem precedentes.
O caso de doentes que nunca saíram da Alemanha e apanharam a doença pode estar relacionado com um doente que esteve neste país europeu sem sintomas do coronavírus, mas as investigações ainda continuam a ser feitas para ter a certeza.
O ECDC explica, aliás, que o centro chinês de controlo de doenças diz que não tem evidências de que exista transmissão quando as pessoas não revelam sintomas, mas essa hipótese não está posta de parte o que, a confirmar-se, complicará muito as medidas de contenção, mesmo que a transmissão deva acontecer, sobretudo, quando o doente manifesta sintomas.
Sobre a mortalidade do coronavírus, o ECDC também pede cautela nas análises, apesar do primeiro estudo feito sobre os primeiros 99 doentes internados ter concluído que 17% desenvolveram dificuldades respiratórias graves e 11% morreram devido à falência múltipla de órgãos.