"As pessoas entram nas pinturas." Meet Vincent Van Gogh, uma exposição imersiva em Lisboa
Lisboa é a terceira cidade europeia escolhida para receber a exposição Meet Vincent Van Gogh. Durante o percurso os visitantes vão ter oportunidade de interagir com as obras de arte do pintor holandês.
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Depois de Pequim, Barcelona e Seul, Lisboa recebe, pela primeira vez, a experiência Meet Vincent Van Gogh . A exposição arranca esta sexta-feira e fica em Belém, no Terreiro das Missas, até dia 31 de maio, com visitas diárias disponíveis.
Mais do que uma exposição às obras de Van Gogh, esta é também uma viagem pela vida, sentimentos e pensamentos do artista, em que é também oferecida a possibilidade de interagir. Em entrevista ao jornalista Nuno Domingues, o diretor geral da UAU (empresa que organizou a exposição, em parceria com o Museu Van Gogh) afirma que os visitantes vão poder "tocar e sentir, as cores e as texturas das imagens criadas" pelo artista.
"As pessoas entram nas pinturas literalmente e os quadros são recriados com formas reais", sublinha o representante da empresa, Paulo Dias.
Ao longo do percurso são recriados os principais locais da vida do pintor holandês, como o café Le Tambourin, em Paris, o hospital de Saint-Rémy, em que esteve internado, a Casa Amarela, em Arles, ou o seu famoso quarto. A maior novidade desta exposição é a presença de audioguias gratuitos, um destinado aos adultos e outro a crianças a partir dos quatros anos, ambos disponíveis em vários idiomas.
As pessoas "vão andando e a história vai seguindo". Segundo Paulo Dias, o audioguia tem a duração de pelo menos uma hora e, a partir daí, tudo depende da vontade que a pessoa tem de "ficar sentada num fardo de palha ou na cama do Van Gogh".
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Na exposição não há quadros originais, mas antes réplicas de museu que tentam reproduzir com o máximo detalhe as obras do artista. "A textura é completamente igual, as molduras também. Acima de tudo depois é a experiência onde se pode tocar à vontade."
Aqui o lema é "por favor, toque!". Para as crianças, a tecnologia assume uma função educativa, já que podem recriar o estilo das pinceladas de Van Gogh, "restaurar" os seus quadros e ainda estudar a ciência por detrás das obras de arte e descobrir a influência que estas ainda têm atualmente.
Para o diretor geral da UAU, além de se encontrar muita cor em todo o percurso, também vai ser possível identificar a influência que o pintor teve em áreas como a moda e o design. "Há camisas, calças, malas, ou seja, é algo que sobreviveu aos tempos e não ficou fechada dentro de um museu", referiu.
A exposição tem dimensão internacional e já passou, por exemplo, pela Holanda, onde o museu(com o nome do artista) "não tem capacidade para receber mais pessoas". Recentemente o projeto também ganhou asas em Londres e já se notam algumas alterações entre edições. Segundo Paulo Dias, as alterações são feitas de acordo com o "comportamento das pessoas e a maneira como se reage às coisas".
A organização espera receber mais de oito mil crianças, acompanhadas por professores. Os alunos das áreas de Belas Artes e Artes Visuais são outros dos grandes interessados. Paulo Dias diz estar bastante satisfeito por ver o esforço que os professores fazem para trazerem alunos de Faro, de Bragança e do Porto.
Os bilhetes têm um custo de seis euros para as escolas, 13 euros para os adultos e nove para as crianças. A inauguração acontece esta sexta-feira em Lisboa e conta com a presença do sobrinho neto de Van Gogh.