A Rua Direita, uma das artérias da cidade de Viseu com mais comércio, ganhou hoje mais vida, com a reabertura das lojas até 200 metros quadrados com porta para a rua. O movimento aumentou e os comerciantes mostram-se expectantes com os próximos meses.
Corpo do artigo
A ourives Licínia Almeida confessa que esta segunda-feira abriu o estabelecimento que gere há seis anos "de pé atrás". Tem medo do que aí vem.
"Temos o devido cuidado e o cliente também, mas estamos sempre com receio de vir uma próxima [vaga], porque custa muito a gente ficar em casa sem trabalhar, é difícil", afirma.
O negócio já teve melhores dias, mas neste regresso, dois meses e meio depois, e logo pela manhã, já se fizeram algumas vendas.
"Já vendi uma pecinha de ouro, graças a Deus, duas pilhas, um par de brincos, já mostrei outros artigos. As pessoas estão com vontade de [comprar], de voltar à vida, de voltar tudo a rodar como antes", refere.
Na loja de roupa de Maria de Fátima Costa, a primeira venda do dia foi feita por volta do meio-dia.
"Atendi o meu primeiro cliente e já me dou por satisfeita", adianta a comerciante, manifestando esperança nos próximos meses.
"Ouvi dizer que já vai poder haver batizados e comunhões, eu trabalho muito a nível de cerimónias, e, pelos contactos que tenho recebido, estou com uma esperança bastante acrescida", diz.
Menos expectante está Paulo Domingos, proprietário de uma sapataria quase centenária. Quando falou com a TSF, ainda não tinha atendido clientes, eles que passavam mesmo à sua porta.
Este empresário acredita que a crise pandémica só veio agravar a situação do setor do pequeno comércio e não esconde que o seu estabelecimento pode vir a encerrar portas.
"Pensei e está-se a pensar seriamente [em fechar portas], porque são danos irreparáveis e tem que se reestruturar o negócio, mais nestas lojas de rua", defende.