ASPP/PSP reunida com MAI esta terça-feira para propor alterações às "tabelas remuneratórias, carreira e suplementos"
O líder da associação sindical destaca, na TSF, que o que está em causa é a "sobrevivência da PSP" e aponta o dedo à tutela das Finanças, reconhecendo "bem o peso" que este ministério "tem tido em muitos bloqueios"
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A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP) vai reunir-se esta terça-feira com a ministra da Administração Interna para entregar as propostas de negociação previstas para o próximo ano. Paulo Santos revela à TSF que o que está em causa na mesa negocial são alterações às tabelas remuneratórias, carreiras e suplementos.
Do encontro com Margarida Blasco, o líder da ASPP/PSP diz apenas esperar que a ministra receba as propostas "no seguimento daquilo que foi firmado com o Governo, em julho deste ano" e explica: "Já elaboramos as propostas de alteração à tabela remuneratória, proposta de alteração aos suplementos remuneratórios e também alterações ao nosso estatuto profissional. Vamos hoje entregar à ministra esses documentos para que, no âmbito do Orçamento do Estado, que está ainda em discussão na sua especialidade, possa o Ministério, se assim o entender, ter já uma previsão daquilo que é um impacto orçamental destas propostas, para termos tudo preparado no dia 6 de janeiro para dar passos."
Paulo Santos aponta que a "sobrevivência da PSP" depende das medidas aprovadas e reconhece a "disponibilidade" da governante para perceber a "argumentação e reivindicação" do sindicato.
Quanto às expetativas, garante que o sindicato as têm, mas esclarece que "não são de deslumbramento", nem tão pouco "céticas".
"Nós movemo-nos neste quadro há muitos anos. Temos expectativas que não são de deslumbramento, mas também não somos céticos. Estamos a fazer o nosso trabalho - como um sindicato responsável -, percebendo aquilo que está a acontecer no dia a dia, nas esquadras, nos serviços e que nos parece ser um estado grave", critica.
O presidente da ASPP/PSP insiste que o sindicato está a fazer o seu trabalho "de defesa da instituição e dos profissionais para melhorar a segurança interna" do país, até porque "é isso que se espera de um sindicato responsável".
"A expectativa que temos relativamente ao funcionamento no Ministério é que esta ministra está sensível àquilo que é a nossa argumentação, está ciente daquilo que são os problemas e as dificuldades que a instituição tem", reforça, apontando ainda o dedo à tutela das Finanças.
"Agora é preciso que o Governo no seu todo - não só a ministra da Administração Interna, porque sabemos bem o peso que as Finanças têm tido em muitos bloqueios -, perceba aquilo que andamos a dizer e dê passos", apela.
Nos últimos dias, Margarida Blasco esteve envolta numa polémica ao admitir levar o direito à greve, por parte dos polícias, à mesa das negociações. Essa medida foi, mais tarde, descartada pelo Ministério da Administração Interna e também pelo primeiro-ministro, sendo que várias vozes se levantaram para acusarem Luís Montenegro de ter "desautorizado" a governante.
Sobre esta questão, Paulo Santos assegura que a questão não está ultrapassada, mas sublinha que, para já, existem outras preocupações prementes.
"Eu creio que essa questão está a ser extrapolada. A própria intervenção da ministra no nosso congresso, creio que foi uma forma de extrapolar do ponto de vista jornalístico para algo que não está, nem nunca esteve em cima da mesa, neste contexto e neste enquadramento", garante.
O sindicalista reitera igualmente que o direito à greve nas forças seguranças "é elementar e constitucional", mas confessa não querer "que essa variável seja um obstáculo para aquilo que está em causa nesta negociação de janeiro" e que terá ficado "firmado" em julho: tabelas remuneratórias, carreiras e suplementos
"O resto, em relação à greve, estamos a fazer outro percurso, que é falar também com os partidos políticos para se avançar nesse sentido, mas não vamos confundir a estrada da beira com a beira da estrada", atira.
