No primeiro semestre deste ano, os ataques à rede multibanco aumentaram de 31 para 86, em relação ao último ano. Só na última quarta-feira, houve dois assaltos na área metropolitana de Lisboa.
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A Polícia Judiciária ainda investiga se esta será apenas uma ou mais redes a atuarem mas o certo é que, em grande parte dos casos, o assalto é bem sucedido.
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Os número cedidos pela SIBS não incluem os mais recentes ataques, mas só nestes dois últimos meses têm sido muitas as tentativas de furto às caixas ATM nas zonas Norte, Centro e na área de Lisboa. Algumas com o espaço de apenas alguns minutos ou horas.
A SIBS revela que, no entanto, só em cerca de 34% dos casos os assaltantes conseguiram levar o dinheiro.
Mas o sistema de tintagem aplicado nas caixas ATM, a única forma de inutilizar as notas, não é aplicado por todos os bancos nem em todas as caixas, o que leva os assaltantes a continuarem, e a terem lucros de milhares de euros.
Além do mais, quando há um assalto com recurso a explosivos, a forma mais usada nos últimos tempos, há estragos consideráveis nos imóveis e nos estabelecimentos comerciais que habitualmente ficam ao lado dos ATMs.
Nuno Camilo, presidente da Associação de Comerciantes do Porto, diz que "as empresas começam a ficar um bocadinho alarmadas". Considera que são "quase atos de vandalismo, porque dão cabo de montras e espaços comerciais".
Mas se os comerciantes ainda são compensados pela colocação de caixas multibanco (com o pagamento do seguro e outras remunerações), e até não se importam de ter multibancos à sua porta, os proprietários dos imóveis colocam cada vez mais reticências e por vezes recusam-se mesmo a ter caixas ATM nos prédios.
"Põe, muitas vezes, em causa a integridade das pessoas" que vivem nos andares, diz Nuno Camilo. "Quando chega a hora de ter autorização do proprietário, ele põe entraves porque teme pela segurança do imóvel", explica.