Num artigo de opinião, Francisco Assis diz que a figura de Sócrates paira na vida pública portuguesa. Já Manuel Maria Carrilho aconselha o PS a reconciliar-se com o país.
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O socialista Francisco Assis questiona a omnipresença do «fantasma» José Sócrates nos discursos internos e externos do PS e considerou que a figura do ex-primeiro-ministro paira na vida pública portuguesa.
Num artigo de opinião no jornal Público, o antigo líder parlamentar socialista explica que Sócrates é alvo de calúnias dos tablóides, da difamação do atual Governo e até de ataques do Presidente da República.
«É uma obsessão quase patológica», que «prejudica o debate político em curso», acrescenta Assis, que como nunca fez parte da «corte de aduladores» do antigo chefe do Governo aconselha ao «esquecimento» de Sócrates.
Para Assis, os ataques feitos a José Sócrates são acima de tudo ataques contra o PS para condicionar o atual líder António José Seguro no exercício da oposição.
Por seu lado, Manuel Maria Carrilho defendeu que o PS tem de se reconciliar com o país e recusa a estratégia de Francisco Assis de uma reconciliação do partido com o passado recente.
Também num artigo de opinião mas no Diário de Notícias, este ex-ministro da Cultura teme que as tensões internas crescentes no PS deitem tudo a perder e considerou que António José Seguro seguiu a via tradicional de federar verdades, porque o partido gosta de tradições suaves.
Este crítico de Sócrates escreveu ainda que é necessário avaliar o que correu bem e o que correu mal durante o tempo do último governo socialista, caso contrário o PS arrisca a afundar-se em casos.