"Assistência em causa." Ambulâncias vão estar paradas no Porto na noite de São João
O Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar assume que está em causa a assistência a quem precise.
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Em plena noite de São João, no Porto, o INEM vai ter várias ambulâncias paradas. O Jornal de Notícias adianta que, das seis ambulâncias da cidade, três devem ficar estacionadas entre as 20h00 e as 8h00 por falta de profissionais.
O presidente do Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar, Rui Lázaro, lembrou à TSF que têm em curso uma greve às horas extraordinárias.
"Não é nada que não se tenha passado já nos últimos meses, que é um elevado número de dezenas de ambulâncias encerradas em todo o território nacional por falta de técnicos de emergência pré-hospitalar e hoje reflete-se também no Porto. Sendo uma noite especial onde se prevê um elevado número de ocorrências. Não vemos nem da parte do INEM nem do Ministério da Saúde nenhuma vontade em negociar sequer levantamento da greve, portanto aparentam não estar preocupados com o flagelo que se está a instalar, cada vez mais acentuado ao nível dos cuidados de emergência médica", explicou Rui Lázaro.
O responsável admite que podem existir dificuldades na assistência.
"A assistência de emergência médica aos cidadãos está obviamente em causa já diariamente e hoje também, sendo esta noite especial no Porto, onde se preveem, precisamente por causa desses excessos e pelo elevado aglomerado de pessoas que vão circular na via pública, um maior número de ocorrências. O dispositivo não está minimamente preparado. Nem os meios que habitualmente já deviam estar preparados para funcionar cinco dias por ano estão operacionais, quanto mais para ir a eventos extraordinários como este. Para hoje será difícil mas, por exemplo, para as Jornadas Mundiais da Juventude que também se avizinham muito exigentes ao nível da emergência médica, ainda estamos muito a tempo de negociar eventuais medidas que possam repor alguma normalidade ou minimizar constrangimentos", antecipa à TSF o presidente do Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar.
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Rui Lázaro lamenta a falta de diálogo do Ministério da Saúde.
"Já existiram alguns contactos com o Ministério da Saúde que não se transformaram em contactos formais. Da parte do INEM não existe qualquer contacto, nem formal, nem informal, nem nenhuma vontade demonstrada de negociar levantamento da greve ou de satisfazer as reivindicações dos técnicos de emergência pré-hospitalar. Os cuidados prestados pelo INEM já estão em casa atualmente, conforme temos vindo a denunciar ao longo dos últimos meses. Avizinhando-se um período especialmente exigente, com vagas de calor, com uma época de incêndios que se antevê difícil e com as Jornadas Mundiais da Juventude que se antevê que possam trazer até dois milhões de pessoas a Portugal, podemos estar aqui a falar de uma situação que se pode transformar em catástrofe", acrescentou.