Associação Académica de Coimbra diz que medidas do Governo não resolvem os problemas do Ensino Superior
Para o presidente dos estudantes de Coimbra, "tem de haver reforço da ação social", bem como de "um caminho rumo à propina zero".
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O presidente dos estudantes de Coimbra, João Caseiro, disse esta quinta-feira que a medida de devolver propinas a estudantes quando entrarem no mercado de trabalho "é sempre algo positivo, mas tem de ser complementar", porque não respondem às necessidades de quem está a estudar no ensino superior.
"É algo que é positivo até para combater a fuga de cérebros. É algo que, também do ponto de vista daqueles que estão a estudar, é também algo que dá algum alento do ponto de vista futuro, mas não é algo que resolve os problemas estruturais do ensino superior. Tem de ser algo complementar aquilo que são os problemas do ensino superior", afirmou.
Para João Caseiro "tem de haver reforço da ação social", bem como de "um caminho rumo à propina zero, que tem de ser efetivado também por parte do Governo." Uma proposta que se os estudantes de Coimbra já defendem há "algum tempo".
Sobre as medidas anunciadas ontem por António Costa, João Caseiro refere ainda que parecem "bocadinho desconectadas" e "um pouco contraproducentes com aquilo que até o próprio o Governo tem vindo a fazer ao longo dos últimos anos que são pacotes de medidas".
"Desta vez são medidas que surgem um bocadinho desenquadradas de um projeto comum. E talvez seja isso que a Associação Académica de Coimbra têm de diferente na sua pauta: é uma proposta robusta, comum, no caso da moção global da propina é algo que também pedimos ao Governo. É que não pense em retalhos e não construa uma manta de retalhos com propostas avulso e que construa algo mais uniformizado, mais robusto mais conectado", disse.
Um pacote que inclua, segundo João Caseiro, os que estudam, os que estudaram e estão no mercado de trabalho e os que nunca estudaram.
Para Caseiro é preciso "prender também aqueles que, fazendo parte da geração mais qualificada de sempre - e que é o rótulo que o Governo também tem vindo a utilizar - têm vindo cada vez mais a procurar soluções fora do país".