Apesar do crescimento das exportações no início do ano, o setor sofre neste momento os efeitos de uma crise internacional. Na TSF, o presidente da Associação Nacional dos Comerciantes e Exportadores de Vinhos refere que só vão calcular os prejuízos no final do verão
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A Associação Nacional dos Comerciantes e Exportadores de Vinhos e Bebidas Espirituosas (ANCEVE) alertou esta segunda-feira para a probabilidade de a vindima deste ano ser “ainda mais dramática” do que a de 2024, falando em “tempestade perfeita” de vários fatores prejudiciais.
“A vindima de 2025 será, muito provavelmente, ainda mais dramática do que a do ano passado, tal como as notificações aos viticultores por parte de compradores tradicionais, anunciando que não lhes ficarão este ano com as uvas, antecipam desde já”, avançou a associação, em comunicado, lembrando que a vindima de 2024 foi “uma das mais dramáticas” de sempre em Portugal.
Apesar do crescimento das exportações no início do ano, o setor sofre neste momento os efeitos de uma crise internacional.
Ouvido pela TSF, o presidente da ANCEVE, Paulo Amorim, explicou que a "incerteza" criada pelos Estados Unidos "bloqueou as importações". Além disso, "depois de termos tido a pior ministra da Agricultura da história da democracia, Maria do Céu Antunes, do último governo socialista, tivemos um ministro que ouviu muita gente, mas não tomou medidas concretas e, verbalmente, demitiu a direção do Instituto e da Vinha e do Vinho", acrescentou.
A associação queixa-se de o setor não ter sido ouvido relativamente àquela exoneração, nem quanto à nova equipa que eventualmente venha a ser designada, desconhecendo os motivos para o que consideram ter sido uma “decisão intempestiva do Governo”.
A ANCEVE já solicitou uma reunião urgente com a Comissão Parlamentar de Agricultura e Pescas, para debater a situação atual do setor do vinho, as “perspetivas dramáticas” deste ano e as medidas a adotar.
Só em agosto ou setembro vamos conseguir ter números mais reais da catástrofe.
Os produtores e exportadores esperam que o vinho de Portugal chegue até às preocupações de Bruxelas.
