Associação da GNR aponta "má vontade política" se Governo não alterar sistema remuneratório
César Nogueira aponta na TSF que, apesar de as alterações a introduzir terem logicamente "consequências" no Orçamento do Estado para o próximo ano, os guardas "não estão a pedir a lua" ao Governo.
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A Associação dos Profissionais da Guarda (APG/GNR) acusa o Governo de demonstrar "má vontade política" ao não alterar o sistema remuneratório da GNR, que diz ser necessário "para a própria instituição poder funcionar".
"Até dia 29", data para a qual está marcada a votação final global do Orçamento do Estado para 2024, "há tempo, até porque está ainda a ser a discussão e pode haver alterações", notou o presidente da associação, César Nogueira, em declarações à TSF após uma reunião com a secretária de Estado da Administração Interna, Isabel Oneto.
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"De facto não podemos continuar mais um ano com este sistema remuneratório que até é com base num decreto-lei que já foi revogado, que foi o anterior estatuto profissional. É só má vontade política não quererem alterar isso, é lógico que tem consequências no orçamento, mas não estamos a pedir a lua, estamos a pedir pequenas alterações que é para a própria instituição poder funcionar", assinalou o líder da associação que representa os guardas.
Outro dos problemas identificados pela APG é o de que o sistema que está em vigor, criado em 2009, continua a permitir que a progressão na carreira através da promoção possa não resultar em aumentos salariais, situação se verifica, nota César Nogueira, "em pelo menos duas" das três categorias": a de guardas e a de sargentos.
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"A quem foi promovido no ano passado isso aconteceu, e este ano vai acontecer também com estas promoções. Essa é outra, o senhor primeiro-ministro fala em duas mil e tal promoções que ocorreram, mas ao fim e ao cabo só cerca de 1500 é que têm efeitos remuneratórios porque todos os outros vão ficar a receber o mesmo", assinalou, antes de apontar uma "agravante" à situação: "Serão depois colocados noutros locais a vencer o mesmo ordenado e logicamente muitos deles consideram isso uma punição e não uma promoção."
A APG vai participar no âmbito da Comissão Coordenadora Permanente (CCP) dos Sindicatos e Associações dos Profissionais das Forças e Serviços de Segurança, que integra sindicatos e associações da GNR, PSP, Polícia Marítima, Guarda Prisional e ASAE, num protesto na próxima quarta-feira, junto à residência oficial do primeiro-ministro para exigir alterações ao Orçamento do Estado.