Rui Nogueira defende que os médicos de família devem ser libertados de tarefas desnecessárias para que possam dedicar-se ao que é importante.
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Com Portugal a registar mais de mil casos diários de infeção por Covid-19 desde quinta-feira e com a aproximação dos casos de gripe, o Sistema Nacional de Saúde tem de se preparar para evitar a rutura. O alerta foi feito por Rui Nogueira, presidente da Associação de Medicina Geral e Familiar.
"São muitos meses com limitação de acesso às nossas consultas e aproxima-se o inverno. A nossa preocupação é realista, mas isso não quer dizer que estejamos em rutura, não é isso. O que acontece é a necessidade de prepararmos a resposta para um aumento da procura nos centros de saúde", explicou Rui Nogueira.
O presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar defende que os médicos de família devem ser libertados de tarefas desnecessárias para que possam dedicar-se ao que é importante. Rui Nogueira deu o exemplo das declarações.
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"Há uma necessidade absoluta de retirarmos algumas tarefas que são desnecessárias. Há tarefas que habitualmente se fazem, mas facilmente se compreenderá que nesta altura são mesmo desnecessárias, de deixar cair e espero que nem voltem, são as declarações para tudo e para nada: declaração para a escola, declaração para o trabalho...", afirmou o presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar.
Mude-se a legislação, mas é preciso retirar aos médicos tarefas que não são essenciais, defende Rui Nogueira, que alerta também para a redução do número de médicos de família devido às aposentações. Uma situação que, assegura, está pior agora do que em março ou abril.
"De março/abril a agora já tivemos umas dezenas ou centenas de colegas que se aposentaram e estamos numa altura de número muito elevado de aposentações. Há muitos colegas que chegam ao final da sua carreira, do percurso profissional", acrescentou Rui Nogueira.
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Com a aproximação do inverno, Rui Nogueira não esconde a preocupação.
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