Associação de Praças alerta para "sobrecarga" dos militares e pede "melhores condições"
Paulo Amaral sublinha, na TSF, que existem "militares a menos", o que faz com que seja "difícil colocar os que existem a desempenhar todas as funções".
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O presidente da Associação de Praças, Paulo Amaral, alertou esta quarta-feira que os militares da Marinha merecem "mais atenção e melhores condições de vida", afirmando que a falta de efetivos "sobrecarrega" os que estão no ativo.
O chefe do Estado-Maior da Armada considerou, na manhã desta quarta-feira, que a falta de efetivos na Marinha está a criar uma "pressão psicológica interna grande" e aconselha o poder político a olhar para as classes sem poder reivindicativo, como os militares.
Paulo Amaral, em declarações à TSF, faz a mesma denúncia, afirmando que esta "questão" já tem vindo a ser defendida pela associação.
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"Revimo-nos totalmente nas palavras do senhor almirante. Revimo-nos naquilo que ele considera que os militares, sendo uma classe trabalhadora sem poder reivindicativo, deverá merecer da parte do Governo mais atenção e melhores condições de vida, nomeadamente em termos de vencimentos. Isto é uma questão que nós já defendemos há imenso tempo e revemo-nos totalmente nas palavras do senhor almirante", garante.
O líder da Associação de Praças alerta ainda para a falta de militares, afirmando que colocar os que estão no ativo a "desempenhar todas as funções inerentes ao desempenho das missões da Marinha" acaba por "sobrecarregá-los imenso".
"Revemo-nos também quando ele diz que neste momento a Marinha tem cerca de 1500 militares a menos e que é difícil colocar os militares que existem a desempenhar todas as funções inerentes ao desempenho das missões da Marinha, porque isso sobrecarrega imenso os militares que estão no ativo", sublinha.
No dia em que completa dois anos de mandato como chefe do Estado-Maior da Armada, o almirante Gouveia e Melo alerta que a Marinha devia dispor de oito mil militares, que "fazem muita falta".
Gouveia e Melo avisou que "um sistema político democrático equilibrado tem que conseguir perceber que quem não tem o direito a manifestar-se deve ser protegido". Se não o fizer, "pode causar uma distorção tão grande que pode ser perigoso para o sistema", alerta.