Associação de reformados "incomodada" com hipótese do fim da reforma antecipada aos 57 anos
Maria do Rosário Gama defende que essa possibilidade deve continuar a existir para que ninguém fique ainda mais desprotegido.
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A presidente da Associação de Aposentados, Pensionistas e Reformados, Maria do Rosário Gama, está incomodada com a possibilidade de se acabar com a reforma antecipada aos 57 anos para quem esgote o acesso ao subsídio de desemprego. A sugestão consta de um relatório preliminar feito pelos especialistas que estão a elaborar o Livro Verde da Segurança Social, citado pelo semanário Expresso.
À TSF, Maria do Rosário Gama defende que acabar com a reforma antecipada depois do subsídio de desemprego é desproteger ainda mais quem já tem muito pouca proteção.
"Essa proposta incomodou-nos um bocado porque, de facto, quem tem 57 anos e esgotou o subsídio de desemprego dificilmente entrará no mercado de trabalho e, portanto, fica numa situação terrível, fica sem chão, fica sem fazer absolutamente nada. Achei que era uma proposta um bocado preocupante, foi o que me incomodou mais", admitiu Maria do Rosário Gama.
Outra proposta que deverá ser em breve apresentada ao novo Governo é que só quem tem 60 anos e 40 de descontos é que poderá reformar-se cinco anos antes da idade legal. Maria do Rosário Gama também discorda desta medida, mas admite que a sustentabilidade da Segurança Social possa exigir uma medida como esta.
"Uma pessoa que tem 60 anos de idade e 40 de descontos ou 60 anos de idade e 48 de descontos tem uma expectativa de se poder reformar nessa altura e, portanto, tem que esperar mais tempo, pelo menos o tempo de cinco anos da idade legal da reforma, ou seja, neste caso só poderia reformar-se aos 61 anos e quatro meses de idade, uma vez que a idade da reforma é de 66. A pessoa tem a expectativa de se reformar aos 60 anos e isso é penalizador para ela. Por outro lado, atendendo ao aumento da esperança média de vida, parece uma proposta razoável, uma vez que, de facto, houve uma percentagem muito grande de reformas antecipadas", explicou a presidente da Associação de Aposentados, Pensionistas e Reformados.
O relatório preliminar dos peritos do Livro Verde da Segurança Social vai agora ser enviado à nova ministra do setor.
