O presidente desta associação lembra que a subcontratação de serviços médicos abre a porta a uma ilegalidade difícil de controlar e é um cenário pouco comum na Europa.
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A Associação Europeia de Médicos Hospitalares mostrou-se preocupada com os recentes desenvolvimentos no setor da saúde em Portugal e lembrou que é preciso lutar a favor pela qualidade dos cuidados e pela segurança dos doentes.
Em carta enviada ao ministro da Saúde e ao primeiro-ministro português, esta associação explicou que a subcontratação de serviços médicos abre a porta a uma ilegalidade difícil de controlar.
O presidente desta associação lembrou que os médicos são colocados pelas empresas em diversos hospitais e o mesmo clínico pode trabalhar vários dias seguidos sem cumprir o período de descanso obrigatório.
Ouvido pela TSF, João de Deus explicou que já constatou isso no terreno e que já falou com clínicos que trabalham um dia num hospital e no dia seguinte noutro hospital «a fazer mais 24 horas e a fazer mais 24 horas no dia seguinte noutro hospital».
De acordo com o presidente desta associação, estudos revelam que os médicos após várias horas de trabalho ficam com uma capacidade de raciocínio e de reação «equivalente a cerca de 1,2 g/l de álcool no sangue».
«Nenhum de nós gostaria de ser observado por médicos nestas circunstâncias. Se não podem conduzir com certeza que também não podem ver doentes», acrescentou.
João de Deus, que assinala o cada vez maior numero de médicos portugueses a emigrarem, adiantou ainda que são raros os casos de subcontratação de serviços médicos é um cenário pouco habitual a nível europeu, embora se conheça um «caso ou outro» destes.