Associação Sindical dos Profissionais da Polícia mantém protestos previstos para a JMJ
O sindicato esteve reunido com a Secretária de Estado da Administração Interna, mas as principais reivindicações da PSP não foram atendidas.
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Se nada for feito para resolver os problemas da Polícia de Segurança Pública, os polícias vão manter os protestos e as manifestações previstas para a semana da Jornada Mundial da Juventude, que vai decorrer entre os dias 1 e 6 de agosto. A garantia foi deixada por Paulo Santos, presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia.
Ouvido pela TSF, o dirigente sindical garantiu que se tudo continuar como está, os polícias "vão manter aquilo que está programado, em termos de formas de luta. E já aproveitando o mês de julho, e também a semana da Jornada Mundial da Juventude, vamos estar presentes com mobilizações, com concentrações junto às dioceses, junto aos comandos de polícia".
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No encontro que a ASPP manteve ontem com a Secretária de Estado da Administração Interna Isabel Oneto, foram discutidas várias matérias, como as questões relacionadas com o diploma de higiene e segurança no trabalho, assim como a proposta de regulamentação dos serviços remunerados.
Para Paulo Santos, ficaram de fora temas importantes para que os problemas dos polícia sejam resolvidos.
"Falou-se, numa fase inicial, da medicina no trabalho, na medicina preventiva, que não era aquilo que a ASPP queria falar, do ponto de vista da higiene e segurança no trabalho. Foi dado algum avanço relativamente a essa matéria, mas é muito pouco para aquilo que considerávamos ser as condições de trabalho dos polícias, e a necessidade de termos uma legislação, que não temos neste momento, de higiene e segurança no trabalho. Vamos aguardar os desenvolvimentos, mas foi muito pouco aquilo que foi apresentado. E também a senhora Secretária de Estado fez questão de apresentar uma nova tabela de serviços remunerados. E a ASPP, desse ponto de vista, preferiu não patrocinar esta discussão, porque consideramos que, esta discussão, deixava para segundo plano aquilo que é a necessidade de resolver os problemas de base, de raiz, na PSP, que têm a ver com as tabelas salariais" adianta Paulo Santos.
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O presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia não acredita na resolução dos problemas que afetam a polícia, até porque não há mais reuniões agendadas com o Ministério da Administração Interna.
"Eu não vejo qualquer abertura por parte do Governo, tendo em conta a importância dos problemas, e a relevância dos problemas que existem na PSP. E disse ontem à senhora Secretária de Estado exatamente isso. Nós estamos num momento preocupante e gravíssimo na Polícia de Segurança Pública, onde não há efetivo para todas as missões, para todos os eventos, o efetivo está totalmente desmotivado, envelhecido, cansado, fustigado, e esta proposta que é feita, de dar aqui uma tentativa de melhoria dos serviços remunerados, é empurrar ainda mais os profissionais para esta exigência de serviço. E é importante instituir aqui alterações para tornar a PSP mais dinâmica, mais capaz, e não no modelo em que estamos agora, em que temos um conjunto de polícias cansados, muita escassez de polícias, para dar resposta, por exemplo, à reestruturação do SEF, à própria Jornada Mundial da Juventude, e a tudo aquilo que é a realidade do dia a dia das esquadras de polícia", disse.
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