Associação Zero recomenda maior análise na Estratégia de Combate à Pobreza Energética
Segundo o estudo da associação ambientalista, a definição do conceito de pobreza energética também precisa de maior abrangência e representatividade no que respeita aos diferentes serviços energéticos e expressões do problema
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Um estudo da associação Zero conclui que a Estratégia Nacional de Longo Prazo de Combate à Pobreza Energética 2023-2050 (ELPPE) precisa de mais análise quanto ao impacto de cada medida e maior ligação das medidas aos objetivos principais.
As linhas de ação da estratégia carecerem de análise quantitativa mais detalhada relativa ao impacto de cada medida e maior ligação aos objetivos principais de redução, conclui o estudo, que aponta também medidas de caráter geral que precisam de maior detalhe e que não estão direcionadas para as pessoas em pobreza energética.
A definição de pobreza energética, que contabiliza quem não consegue suportar os custos associados ao consumo energético e é forçado a reduzir a sua utilização, também precisa de maior abrangência e representatividade no que respeita aos diferentes serviços energéticos e expressões do problema, segundo o estudo.
No documento, a Zero alerta ainda para a escolha de indicadores menos apropriados e na sua forma individual para a quantificação das pessoas em pobreza energética, defendendo que resultam em estimativas menos rigorosas.
Aponta também uma falta de representação e análise de aspetos relevantes como o nível de serviços energéticos adequados, a pobreza energética escondida, a oferta de energia, a regionalidade do problema, e a decisão forçada dos agregados de optar por energia em detrimento de outros serviços básicos essenciais.
Várias destas melhorias podem ser efetuadas com uso de dados que já se encontram disponíveis, diz a associação, explicando que, no entanto, a recolha de novos dados permitiria incluir novos indicadores que poderiam resultar numa abordagem de identificação dos agregados em pobreza energética mais completa e rigorosa.
O objetivo deste estudo é o de assegurar que os valores de apoios e investimentos presentes na estratégia nacional são bem utilizados, diz a associação, calculando que estes valores possam atingir 14 mil milhões de euros até 2040.
