Pouco depois de o PS responder às críticas de Cecília Meireles, Assunção Cristas responde acusando o PS de "tratar o Estado como se fosse a sua casa".
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O CDS subiu esta quinta-feira o tom das críticas e acusou o PS de fazer um "ataque destrutivo à democracia" por tratar o Estado "como se fosse a sua casa", a propósito das incompatibilidades de governantes.
Escassas três horas depois de o dirigente socialista Porfírio Silva ter acusado o CDS de ter lançado um "ataque" aos socialistas "como instituição da democracia", a líder do partido, Assunção Cristas deu a resposta em quatro frases e em 40 segundos, à margem de uma visita ao centro comunitário paroquial de Cascais.
"Ataque à democracia é ver este governo e este primeiro-ministro a tratarem o Estado como se fosse a sua casa, a casa da grande família socialista e agora terem dúvidas sobre uma lei que até agora não gerou dúvidas e que é bastante clara. Isso é que eu acho que é um ataque destrutivo da nossa democracia", afirmou aos jornalistas.
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Um dia depois de a vice-presidente centrista Cecília Meireles ter acusado o PS de se comportar como "se fosse dono do Estado", Assunção Cristas insistiu e prometeu que "o CDS continuará sempre a fazer essa denúncia".
"Não compreendemos como é que o PS, quando toma conta da governação, se instala no Estado como se fosse a sua casa para albergar a família socialista", concluiu.
A questão das incompatibilidades e impedimentos de vários membros do Governo ganhou contornos políticos no início da semana, no seguimento do caso das golas inflamáveis distribuídas pela proteção civil nos programas "Aldeia Segura".
No início da semana, o Observador, e depois o JN, noticiaram que o filho de Artur Neves era sócio de uma empresa, com 20% do capital, que fez três contratos públicos com o Estado já depois do pai ter assumido o cargo de secretário de Estado, o que contraria a lei das incompatibilidades e pode ditar a demissão do governante.
Já na quarta-feira, foi noticiado que familiares de três ministros -- Pedro Nuno Santos (Infraestruturas), Francisca Van Dunen (Justiça) e Graça Fonseca (Cultura) -- tinham também empresas com contratos com entidades do Estado.
Na terça-feira, o gabinete do primeiro-ministro, António Costa, anunciou que pediu um parecer ao conselho consultivo da Procuradoria-Geral da República para um "completo esclarecimento" sobre os impedimentos de empresas de familiares de titulares de cargos políticos.