Um grupo de investigadores está a estudar vários casos que estão a acontecer desde julho em Espanha, Portugal e no Estreito de Gibraltar.
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Investigadores portugueses, da Galiza e do Estreito de Gibraltar estão a estudar um comportamento que consideram estranho e nunca relatado destes mamíferos marinhos.
Ruth Esteban, bióloga que fez o doutoramento com orcas e trabalha no Museu da Baleia na Madeira, é uma dessas investigadoras e considera que o mais provável é que estes cetáceos não estejam a atacar os barcos, mas sim a brincar. "Já identificámos que são indivíduos juvenis, os adultos ficam sempre ao largo e para elas é como se fosse um jogo", diz à TSF.
As orcas começam a mexer com o leme dos veleiros até que conseguem parti-lo. Muitas embarcações ficam à deriva e têm que ser socorridas pela Marinha.
Os investigadores explicam que, pelos vídeos já realizados, são continuamente três orcas juvenis a fazer esta interação e estão convencidos que é sempre o mesmo grupo a atuar.
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Élio Vicente, biólogo marinho do Zoomarine, explica à TSF que este comportamento "não é habitual." As orcas são tecnicamente o maior de todos os golfinhos e não existem registos no meio selvagem de interações negativas de predador-presa com o homem", adianta.
Nos últimos 15 dias pelo menos duas embarcações, dois veleiros, foram abalroados por orcas ao largo de Sines, no Alentejo, o que leva os biólogos a crer que naquele local exista alimento que elas preferem. No entanto, estes cetáceos não ficarão durante muito tempo no mesmo lugar, e julga-se que estarão apenas de passagem porque são animais migradores.
Contudo os investigadores acham normal que tripulantes de pequenos barcos que avistem uma orca fiquem necessariamente assustados."Uma orca pode ter facilmente sete metros de comprimento e ter 9 toneladas", explica Élio Vicente.