Aterro de resíduos industriais inaugurado em Azambuja com contestação popular
A empresa SUMA inaugurou em Azambuja, distrito de Lisboa, um centro de tratamento de resíduos não perigosos, uma infraestrutra que é contestada por moradores e pela oposição municipal.
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O Centro de Tratamento de Resíduos não Perigosos de Azambuja será gerido pela empresa Triaza, pertencente à SUMA, um consórcio liderado pela Mota Engil, e representou um investimento de 1,8 milhões de euros.
A infraestrutura, que foi inaugurada na presença do secretário de Estado do Ambiente, Carlos Martins, tem sido contestada por alguns moradores e pelos partidos da oposição na Câmara Municipal de Azambuja, liderada pelo socialista Luís de Sousa.
Os contestatários alertam sobretudo para a dificuldade de fiscalizar os resíduos que irão entrar nas instalações para aterro e dizem temer consequências ambientais e de saúde.
Contudo, em declarações à agência Lusa, o secretário de Estado do Ambiente, Carlos Martins, afirmou que a população de Azambuja "não tem motivos para estar apreensiva".
"Portugal já leva 20 anos de gestão de aterros desta natureza e até agora não houve nenhum fator de risco, antes pelo contrário. O objetivo é exatamente evitar a deposição de resíduos de forma selvagem", apontou.
Carlos Martins sublinhou que são os próprios municípios a oferecer-se para serem "recetores deste tipo de infraestruturas", uma vez que "são um acréscimo ambiental".
"É uma belíssima infraestrutura, porque serve não só como local para deposição de resíduos como também de valorização. Além do mais cumpre todas as normas ambientais", acrescentou.
Por seu turno, também em declarações à Lusa, o presidente da Câmara Municipal de Azambuja, Luís de Sousa (PS), sublinhou que o novo centro de tratamento de resíduos "é um bom investimento" para o município, uma vez que vai ter "impactos ambientais, económicos e sociais".
"Para já vai criar quatro postos de trabalho para habitantes de Azambuja. No futuro, logo se verá. Realizámos algumas demolições e o entulho teve de ir para Lisboa. A partir de agora, pode ficar cá. Vamos evitar que muitas empresas e particulares depositem os resíduos no meio da estrada", realçou.
O autarca assegurou ainda que irá existir da parte da Câmara Municipal de Azambuja uma fiscalização constante do material que irá entrar e sair do aterro.
"Podem estar tranquilos. Não vamos descurar e vão existir relatórios do que entra e do que sai", atestou.
A Triaza perspetiva que a unidade de Azambuja venha a receber ao longo de 40 anos um total de 1.171.602 toneladas de resíduos.