Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), o índice de preços na produção industrial "apresentou taxas de variação homóloga negativas em abril e maio, o que não acontecia desde fevereiro de 2021".
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O indicador de atividade económica, que reflete a evolução da economia, desacelerou em abril, em termos homólogos, enquanto o indicador de clima económico, baseado em inquéritos às empresas, diminuiu em maio, divulgou esta terça-feira o INE.
De acordo com a "Síntese Económica de Conjuntura" do INE, "o indicador de atividade económica, que sintetiza um conjunto de indicadores quantitativos que refletem a evolução da economia, desacelerou, em termos homólogos, em abril, após ter acelerado de forma intensa em janeiro e de ter interrompido a marcada trajetória descendente observada desde setembro".
Por sua vez, o indicador de clima económico, que sintetiza os saldos de respostas extremas das questões relativas aos inquéritos qualitativos às empresas, diminuiu em maio, após ter aumentado entre janeiro e abril.
"Os indicadores de curto prazo relativos à atividade económica na perspetiva da produção, disponíveis para abril, apontam para uma diminuição na indústria e uma desaceleração nos serviços e na construção", detalha o INE.
Na perspetiva da despesa, "o indicador de atividade económica desacelerou em abril, verificando-se um aumento do indicador de investimento e uma desaceleração do indicador de consumo privado".
Segundo o INE, o índice de preços na produção industrial "apresentou taxas de variação homóloga negativas em abril e maio (-0,9% e -3,5%, respetivamente), o que não acontecia desde fevereiro de 2021, após crescimentos de 8,9% e 0,1 % em fevereiro e março, na sequência do perfil ininterrupto de desaceleração observado desde julho de 2022".
"O agrupamento de energia foi decisivo para a redução do índice total, com taxas de -17,9% e -20,8% em abril e maio, respetivamente", detalha, acrescentando que, excluindo a componente energética, este índice desacelerou para 2,2% (4,7% em abril).
Quanto ao índice relativo aos bens de consumo, registou uma variação homóloga de 8,1% (9,9% no mês anterior), "desacelerando pelo sexto mês consecutivo, após ter atingido em novembro o valor mais elevado da série (16,2%)".
Por sua vez, a variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor (IPC) abrandou para 4,0% em maio, taxa inferior em 1,7 pontos percentuais à observada no mês anterior, tendo o índice referente aos produtos alimentares não transformados desacelerado, passando de uma variação homóloga de 14,1% em abril, para 8,9% em maio.
Na vertente externa, os preços implícitos das exportações e das importações de bens, em abril, registaram variações de 0,7% e -5,0%, respetivamente (4,4% e -2,3% em março).
De acordo com o Inquérito ao Emprego do INE, a taxa de desemprego (16 a 74 anos), ajustada de sazonalidade, foi de 6,8% em abril, 0,2 pontos percentuais abaixo do valor registado em março (7,1% em janeiro e 5,9% em abril de 2022).
A taxa de subutilização do trabalho (16 a 74 anos) situou se em 12,1%, valor inferior ao do mês anterior em 0,1 pontos percentuais (12,5% em janeiro e 11,4% em abril de 2022).
A população empregada (16 a 74 anos), também ajustada de sazonalidade, aumentou 0,7% em termos homólogos e diminuiu 0,1% face ao mês anterior (variação homóloga de 0,6% em março).