O fundador do principal grupo de direitos humanos da Bielorrússia é acusado de "financiar atividades que violam a ordem pública".
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O ativista bielorrusso pró-democracia Ales Bialiatski, que foi um dos distinguidos em 2022 com o prémio Nobel da Paz, foi esta sexta-feira condenado a dez anos de prisão por um tribunal da Bielorrússia.
O fundador do centro de defesa dos direitos humanos Viasna ("Primavera"), de 60 anos, está detido desde julho de 2021, acusado de "financiar atividades que violam a ordem pública", avança a agência France Presse.
Também os seus dois colaboradores, os ativistas Valentin Stefanovitch e Vladimir Labkovitch foram condenados, respetivamente, a nove e sete anos de prisão.
Um quarto réu, Dmitri Soloviev, julgado à revelia após fugir para a Polónia, recebeu uma sentença de oito anos de prisão.
Todos foram ainda multados em 185.000 rublos bielorrussos (69.000 euros).
Inicialmente detidos por evasão fiscal, são agora acusados de levar grandes quantidades de dinheiro para a Bielorrússia e de "financiar ações coletivas que minam seriamente a ordem pública", indicou o Centro Viasna em novembro.
Mais de 20 grupos de defesa dos direitos humanos, entre os quais a Amnistia Internacional e o Human Rights Watch, publicaram uma declaração em que denunciam as perseguições judiciais contra os três homens e exigem a sua "libertação imediata e incondicional".
Ales Bialiatski, que fundou o Centro Viasna em 1996, ganhou o Prémio Nobel da Paz juntamente com duas outras organizações de direitos humanos, a Memorial (Rússia) e o Centro para as Liberdades Civis (Ucrânia).
O ativista bielorrusso e os seus dois colegas foram detidos após os protestos contra o regime em 2020, na sequência da vitória eleitoral presidencial unilateralmente declarada de Alexander Lukashenko, que governa a Bielorrússia desde 1994.