Os estudantes antecipam vagas de migrantes climáticos a precisar de cuidados que o SNS não poderá negligenciar
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Um grupo de cerca de 30 estudantes bloqueou, esta quinta-feira de manhã, a entrada do Ministério da Saúde enquanto cantam pelo fim dos combustíveis fósseis até 2030 e exibem faixas onde se lê que "a crise climática é uma crise de saúde pública".
"Estamos perante um Serviço Nacional de Saúde que já está em colapso. Não é difícil perceber que tudo isto será agravado por catástrofes climáticas. Por isso é que estou aqui. Porque a crise climática é uma crise de saúde pública,e se não a travarmos, milhões de pessoas irão morrer e adoecer", explicou em comunicado Joana Fraga, uma estudante de medicina que é também a porta-voz desta ação.
A porta-voz do protesto Fim ao Fóssil no Ministério da Saúde, Teresa Núncio, disse à TSF que o objetivo do protesto é impedir o funcionamento do ministério.
"A nossa ideia é bloquear o funcionamento de uma instituição que está a ignorar o massacre de milhares de pessoas, tanto o genocídio que está a acontecer na Palestina como as cheias que estão a deslocar milhares de pessoas no Rio Grande do Sul, no Brasil, e todos os crimes por causa da crise climática que estão a acontecer neste momento", explicou Teresa Núncio.
A ativista garante que não vão dar paz às instituições e explica porque é que a maioria dos estudantes em protesto é da área da saúde.
"Neste protesto estão sobretudo representados estudantes que estejam a estudar na área da saúde e que sabem que há muitas vidas que correm perigo e não podemos consentir. Não há sistema de saúde que sobreviva aoo colapso climático e vamos continuar a não dar paz às instituições até nos ouvirem e até perceberem que nós não vamos consentir com o que está a acontecer", acrescentou a porta-voz do protesto.
Além disso, os estudantes antecipam vagas de migrantes climáticos a precisar de cuidados que o SNS não poderá negligenciar.
"Neste momento, pessoas trans já são vítimas de discriminação por parte de um sistema de saúde que lhes está constantemente a falhar. O movimento por justiça climática é e sempre foi um movimento por justiça social. Não podemos consentir que ninguém seja deixado para trás. Este Ministério devia estar a garantir que o Governo português age contra o massacre que já destruiu todos os hospitais de Gaza e assassinou centenas de profissionais de saúde", reivindicou a estudante.
Os ativistas apelam também a que, no dia 8 de junho, toda a sociedade se junte a eles para uma marcha até ao gabinete de representação do Parlamento Europeu em Portugal.