Ativistas da Climáximo saem à rua. "Única forma de travar este rumo ao inferno climático é a mobilização social gigantesca"
Em declarações à TSF, uma das dirigentes da Climáximo Inês Teles refere que a COP29, que ainda decorre no Azerbaijão, vai ser mais um "fracasso" e fala em "autênticos atos de guerra contra a sociedade e o planeta"
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Em defesa do clima, os ativistas da Climáximo vão manifestar-se, na tarde deste sábado, em Lisboa. O protesto tem como lema "Parar Enquanto Podemos" e o objetivo é mobilizar a sociedade para acabar com a indústria fóssil. Em declarações à TSF, uma das dirigentes da Climáximo Inês Teles acredita que a manifestação vai contar com muitos participantes.
"Estamos à espera de muita gente, porque nós sabemos que, ainda assim, este é um tema que a esmagadora maioria das pessoas em Portugal acha que é completamente prioritário e uma emergência total", afirma à TSF Inês Teles, recordando as "negociações falhadas" na cimeira do clima, em Baku, no Azerbaijão.
"Ano após ano, vemos sempre os líderes globais a falharem nestas negociações, vemo-los sempre a sentarem-se à mesa de negociações com as próprias empresas de combustíveis fósseis que estão a atear o fogo do inferno climático e chega a uma hora em que temos de tornar bastante claro que estes governos e estas empresas não nos vão salvar. É preciso mobilizar a população e a sociedade em geral e quebrar esta normalidade para podermos, em conjunto, travar a indústria fóssil e o colapso climático", considera, sublinhando que a COP29 vai ser mais um "fracasso", algo que não é surpreendente.
"Já estamos há quase 30 anos nisto. Já sabemos que, ano após ano, essas conferências falham, estão talhadas para falhar. Ano após ano, não só elas falham, como as próprias emissões continuam sempre a subir. Eles estão-se a sentar à mesa de negociações e decidem, ano após ano, continuar a expandir projetos de infraestruturas fósseis, autênticas bombas de carbono, que estão já a causar uma devastação gigantesca por comunidades por todo o mundo e estão a tornar toda a gente mais vulnerável. Nós consideramos que isto são autênticos atos de guerra contra a sociedade e o planeta", refere, acrescentando que "a única forma de travar este rumo ao inferno climático é mesmo a mobilização social gigantesca".
"Não podemos esperar por soluções de quem está há 30 anos para nos dar soluções e, na verdade, só está atear o fogo do inferno climático", atira.
A manifestação da Climáximo começa às 15h00 desde sábado, na Praça Paiva Couceiro, e deve bloquear a Praça do Chile, em Lisboa.