Atletas do Jamor queixam-se de baratas e percevejos. ASAE instaura processo de contraordenação
Inspeção da ASAE detetou incumprimento nos requisitos de higiene no refeitório do Centro de Alto Rendimento do Jamor.
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A ASAE quer multar o Centro de Alto Rendimento do Jamor, em Oeiras, onde residem atletas de alta competição, por falta de condições de higiene no refeitório.
A edição deste sábado do jornal Público adianta que a ASAE inspecionou o local há um mês na sequência de uma denúncia de atletas para infestações de baratas e percevejos.
Em declarações ao jornal, vários atletas contam que as baratas já eram uma presença habitual no refeitório, mas nos últimos meses começaram a aparecer mais e em todo o lado, incluindo nas máquinas de leite quente e café, nas caixas de cereais e resto da comida.
Em novembro do ano passado, 16 pessoas, incluindo atletas e funcionários do centro tiveram mesmo de ser assistidos no hospital depois de uma intoxicação alimentar.
O nadador do Benfica Henrique Silva foi um dos casos. Depois do jantar, a 29 de novembro, acordou com dores de barriga e vómitos persistentes que o levaram ao hospital.
O Instituto Português do Desporto e Juventude que gere o Centro de Alto Rendimento, garante ao Público que foram feitas quatro desinfestações durante o mês de dezembro e concluiu-se que estavam reunidas as condições para que as refeições continuassem a ser servidas.
Ouvido pela TSF, o presidente do Instituto Português do Desporto e Juventude, Vítor Pataco, admite que houve um problema com baratas, mas desvaloriza e assegura que já está tudo resolvido.
“O Jamor fica num sítio que está integrado na natureza, portanto, temos muitas situações relacionadas não apenas com baratas, temos pássaros, temos cobras, infelizmente também, muitas vezes na mata encontram-se outros seres vivos, mas isso é pouco relevante”.
Perante “um avistamento atípico de baratas” a situação “foi debelada” com ativação de um protocolo adicional para a realização de desinfestações, assegura.
Vítor Pataco garante ainda que os insetos em causa “aparentemente nem sequer prejudicam a saúde humana”, pelo que não existirá “nenhuma relação das baratas com intoxicação alimentar”.
"Estamos a fazer todos os possíveis para que estejamos seguros", reforça.
Já a ASAE, depois da fiscalização ao refeitório, considerou que os requisitos de higiene não estavam a ser cumpridos. Foi instaurado um processo de contraordenação “por incumprimento dos requisitos gerais e específicos de higiene” e estão neste momento a ser "realizadas diligências legais" para o processamento da multa.