O primeiro-ministro escolheu na segunda-feira o diplomata Carlos Lopes Pires como diretor do Serviço de Informações Estratégica e de Defesa.
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A audição parlamentar de Carlos Lopes Pires, o diplomata indicado para diretor do Serviço de Informações Estratégica e de Defesa (SIED), está agendada para quarta-feira, dois dias depois de ter sido escolhido pelo primeiro-ministro.
Antes da nomeação do novo diretor, a Lei Quadro do Sistema de Informações da República Portuguesa impõe a audição conjunta, pelas comissões de Assuntos Constitucionais e da Defesa Nacional, no parlamento, já pedida pelo primeiro-ministro.
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Por regra, estas audições são realizadas à porta fechada.
O primeiro-ministro escolheu na segunda-feira o diplomata Carlos Lopes Pires como diretor do Serviço de Informações Estratégica e de Defesa, a secreta para as ameaças externas, solicitando a sua audição pelo parlamento, disse à Lusa fonte oficial.
Carlos Lopes Pires é diplomata de carreira, tendo atingido o posto de conselheiro de embaixada.
De acordo com o curriculum disponibilizado pelo gabinete do primeiro-ministro, Carlos Lopes Pires foi adjunto do gabinete do ministro dos Negócios Estrangeiros Luís Amado (no governo do PS liderado por José Sócrates), entre 2010 e 2011, e adjunto do gabinete do primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, entre 2011 e 2013.
Ainda durante o Governo de Passos Coelho, Carlos Lopes Pires foi chefe de gabinete do secretário de Estado Adjunto e dos Assuntos Europeus, entre fevereiro e julho de 2013, e chefe de gabinete do ministro dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, entre julho de 2013 e agosto de 2014.
Entre 2014 e 2019, Carlos Lopes Pires esteve colocado na embaixada de Portugal em Paris.
O cargo de diretor do SIED foi ocupado interinamente pelo general Melo Gomes, na sequência da saída do diretor Casimiro Morgado, que foi nomeado, em setembro, pela então chefe da diplomacia europeia Federica Mogherini, como diretor dos serviços de informação da União Europeia (UE).
O Serviço de Informações Estratégicas de Defesa é, segundo a lei quadro do SIRP, "o organismo incumbido da produção de informações que contribuam para a salvaguarda da independência nacional, dos interesses nacionais e da segurança externa do Estado Português".
Além do SIED, a secreta "externa", existe ainda o Serviço de Informações de Segurança (SIS).