Aulas com robôs e máquinas para ir ao fundo do mar. Uma escola do futuro em Lisboa
Agrupamento de Escolas Dona Filipa de Lencastre, em Lisboa, testa cenário futurista com aulas de robótica onde se aprende a programar cada gesto dos robôs.
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E se as aulas, para lá de livros e professores, tivessem robôs ou máquinas para ir ao fundo do mar? O cenário futurista está a ser testado esta semana no Agrupamento de Escolas Dona Filipa de Lencastre, em Lisboa, com alunos do ensino básico. A TSF foi assistir a uma das aulas e encontrou uma sala que o Governo quer tornar realidade com a chamada bazuca europeia.
Aqui, as perguntas aparecem no ecrã de um robô e, depois de alguns minutos, surge o resultado.
"À medida que estão a interagir com um robô estão a receber informação de um robô, mas todos os seus colegas à volta também querem interagir, também estão a produzir conteúdos. Isso acaba por ver-se de uma forma colaborativa", explicou à TSF Bruno Coelho, responsável pela robótica da empresa em exposição, ao ritmo de um robô bailarino que até produz música.
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O especialista em robótica afirmou que, nestas aulas, aprende-se a programar cada um dos gestos do robô e, no fim, vê-se o resultado final. Um resultado que, noutros contextos, pode significar consultas médicas à distância ou até orientações num museu, mas a sala de aula do futuro tem mais do que aulas de robótica.
"Neste momento eles conseguem perceber um bocadinho melhor e, ao seu ritmo, pormenores sobre os astros, oceanos e fundo do mar. Quando conseguimos entrar num espaço de forma virtual, parecendo que estamos a viver dentro dele, retemos muito mais informação", ressalvou o especialista em robótica.
Tudo à distância de uns óculos especiais. Uma tecnologia que já convenceu Laura de Medeiros, diretora do agrupamento de escolas.
"Isto é um excelente complemento, ainda por cima tem a componente de estabelecer pontes, fortalecer a relação humana e criar um bom clima. O centro do nosso trabalho é a dinâmica que se tem na sala de aula ou nos grupos de aprendizagem. É uma ótima ferramenta para os alunos e motivação para aprender", defende Laura de Medeiros.
Os alunos concordam e até vão mais longe.
"Era melhor termos um robô em vez de um professor porque assim o hacker da turma hackeava o computador e estávamos sempre livres", contam.
A sala do futuro parece estar cada vez mais próxima do presente. Para modernizar as escolas, em termos tecnológicos, o Governo disponibilizou mais de 700 milhões de euros do Plano de Recuperação e Resiliência.