O presidente da Sociedade Portuguesa de Pneumologia alerta para o crescente número de casos de uma pneumonia rara que está a ser diagnosticada em doentes já curados após a Covid-19.
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Os sintomas são semelhantes aos de uma gripe, mas mais persistentes no tempo e exigem um tratamento mais prolongado. Chama-se pneumonia organizativa e não é mais do que uma reação do próprio pulmão perante uma infeção, como explica António Morais, presidente da Sociedade Portuguesa de Pneumologia.
"É uma reação inflamatória que leva a que persista algo que começou como infeção. Mesmo depois de estar resolvida esta inflamação, vão persistir os sintomas respiratórios e, por vezes, até febre. Tem de ser diagnosticada porque a abordagem terapêutica é diferente da aplicada para uma infeção aguda", esclarece.
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O tratamento é longo e feito à base de imunossupressores. "Habitualmente, exige a prescrição de corticoides, de forma prolongada e muitas vezes, só assim é que se consegue fazer regredir esta inflamação."
Esta pneumonia organizativa é cada vez mais comum em doentes que contraíram Covid-19, numa fase posterior da infeção. António Morais não consegue quantificar ou definir um padrão, mas sublinha que pode acontecer a qualquer um.
"Os sintomas são respiratórios, febre... A infeção tem tratamento mas pode evoluir de forma desfavorável e provocar uma maior sintomatologia ao doente, induzir uma insuficiência respiratória. É preciso estar atento para atuar", adianta.
O presidente da Sociedade Portuguesa de Pneumologia sublinha que este aumento de novos casos de pneumonia organizativa deve-se ao elevado número de infeções por SARS-Cov-2 e alerta para a importância de um diagnóstico precoce.
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