Aumentaram os processos instaurados pelas Comissões de Proteção de Crianças e Jovens
De 2012 para 2013, foram mais 2.500 os processos instaurados pelas Comissões de Proteção de Crianças e Jovens. O número faz parte do relatório de atividades destas estruturas, que hoje vai ser apresentado.
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Em 2012, as Comissões de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) detetaram 580 crianças abandonadas ou entregues a si próprias. No ano passado, os casos assinalados já ascendiam a 1.100.
Também o número de crianças vítimas de abuso sexual quase duplicou em apenas um ano. Em 2013 houve mais de um milhar de processos.
Os dados constam do relatório anual de atividades das Comissões de Protecção de Crianças e Jovens.
No ano passado foram acompanhados mais de 71 mil menores. Destes, 30 mil foram instaurados durante o ano de 2013. Comparativamente a 2012 são mais 2.500.
A exposição a comportamentos que comprometem o bem-estar e o desenvolvimento das crianças está na origem da maioria destes processos. E dentro deste capítulo, a violência doméstica é o motivo com mais peso: foi o foco de 95 por cento dos casos.
Em segundo lugar, aparecem os processos motivados por negligência, que apesar de terem registado uma descida, foram mais de 6.400.
Em terceiro lugar, estão as situações de perigo em que está o direito à educação. No ano passado subiram - mais mil do que em 2012. O relatório associa este aumento ao efeito do alargamento da escolaridade obrigatória até aos 18 anos.
Na análise por escalões etários, há uma novidade. As crianças até aos 5 anos lideravam o número de processos nas CPCJ, mas em 2013, e pela primeira vez, o grupo dos jovens entre os 15 e os 18 anos passou para primeiro lugar.